Escolhi apresentar a Vocês hoje o retrato da violência patrimonial, que provoca lastimável sofrimento, mormente a mulheres e crianças.
A advogada Cíntia de Almeida, fundadora e diretora-executiva do Centro de Integração da Mulher, em Sorocaba/SP, trouxe-nos valiosas informações sobre o assunto:
“A violência patrimonial envolve aquela mulher que deseja colocar as suas potencialidades a serviço do trabalho para contribuir com a família, mas seu companheiro, seu marido, a impede. Ele destrói os seus documentos pessoais, a sua carteira de trabalho. É também quando as divergências se instalam na vida da família. Ao optar pela separação, a mulher faz a denúncia competente. Então, o companheiro destrói os seus bens, os bens que ambos adquiriram conjuntamente. Ou quando ele a coloca para fora do lar: ‘A casa é minha. Os filhos são seus. Então, eu fico com a casa’”.
Segundo a dra. Cíntia, “essa outra forma de violência patrimonial depois na Justiça se esclarece, mas há uma demora grande. A Justiça está assoberbada e existem numerosos casos. Até que se resolva tudo, muitas vezes, a mulher é obrigada a sair com os filhos dessa situação constrangedora e violenta para buscar um abrigo, uma casa onde possa falar que é sua por um tempo predeterminado, intermediário, e onde vai ter toda a assistência possível. Mas não é a casa dela. Então, é um constrangimento que ela vive. Essa é uma violência patrimonial, além de psicológica, em que ela vê os sonhos destruídos, e uma violência moral, em que se vê impossibilitada de reação. O companheiro que ela ama a destrói como pessoa e destrói a sua vontade de viver, de ser feliz e de transformar os filhos dessa união em pessoas saudáveis para a sociedade. Ela fica muito vulnerável, muito exposta”.
O AGRESSOR
Atenção agora a esta consideração de nossa entrevistada: “Geralmente, o agressor é alguém que conhece a mulher em todas as situações e como reage; sabe de todos os detalhes do seu dia a dia e conhece o seu cheiro, os seus sonhos”.
Grato, dra. Cíntia, pelas elucidações levadas ao ar no programa “Sociedade Solidária”, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY). William Shakespeare (1564-1616) dizia que “aos infelizes o melhor remédio é a esperança”. Contudo, é dever de todos nós e dos poderes constituídos tornar realidade o socorro às vítimas da violência em seus vários aspectos. Mais que isso, chegar antes, não permitindo que ocorram.
REGINA CASÉ E ESTEVÃO CIAVATTA
A 16ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, encerrada em 8/9, contou com a presença do casal Regina Casé e Estevão Ciavatta. Eles autografaram aos leitores e amigos a obra “Buriti”, da coleção “Um Pé de Quê?”.
O trabalho é inspirado em um programa de mesmo nome, da TV Futura, apresentado por Regina e dirigido por Estevão.
Grato aos autores pelas fraternas palavras que me endereçaram: “Paiva Netto, Saúde e Sorte! Regina Casé” e “Paiva Netto, um pouco da nossa história para você. Abraços, Estevão”.
José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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