O Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão, 4/6, instituído pelas Nações Unidas em 19 de agosto de 1982, teve inicialmente o propósito de chamar a atenção para o drama dos milhares de pequeninos que sofrem os efeitos da guerra, muita vez perdendo suas vidas.
Os cidadãos de bem, em toda parte, não podem ficar surdos aos gritos de dor desses inocentes. Trata-se de patrimônio humano, garantia de futuro — que desejamos mais feliz — da civilização.
Mas o despertar da sociedade deve abranger igualmente as crianças que padecem de agressão nos próprios lares, nas escolas, nas ruas, mesmo em países não considerados campos de guerra declarada.
O psicólogo dr. Pedro Lagatta, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP), em entrevista ao programa “Viver é Melhor”, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), expôs aos telespectadores várias faces da violência que acomete as crianças, sejam elas físicas ou emocionais; incluídos aí o execrável abuso sexual e o perverso bullying. Tudo isso com consequências dolorosas e duradouras.
Trago-lhes hoje esclarecimento importante do dr. Lagatta, em que ele procura estabelecer um diferencial em torno da polêmica e famosa palmada, ainda em uso por muitos pais na educação dos filhos. “Palmada é um termo bem ruim; é um eufemismo que tenta de alguma maneira esconder o que acontece realmente nas casas. Quando a gente fala que as crianças apanham de chinelo e objetos duros, o que acontece é um sistemático espancamento. Palmada parece que os pais só vão lá e dão umas palmadinhas para fazer a criança parar de chorar, mas muitas vezes não se trata disso, se trata da autorização para a violência, uma violência séria”.
O tema merece de pais e educadores vigilância constante quanto aos limites que devem ser absolutamente respeitados. Corrigir não significa agredir. É o que defende a Pedagogia do Afeto, que desenvolvemos nas escolas da LBV.
A sabedoria popular ilustra bem ao comparar as crianças com a argila, pronta para ser moldada. Ora, os melhores jarros, as mais belas cerâmicas carecem de cuidados específicos em sua confecção. Se o oleiro não souber unir disciplina e carinho, o trabalho apresentará defeitos indesejáveis.
ROBERTO CIVITA
No dia 26/5, voltou à Pátria Espiritual o dr. Roberto Civita, aos 76 anos. Diretor editorial e presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril, ele tinha a Educação em alta conta.
Em setembro de 1998, quando a revista “Veja” completava 30 anos, falando à Legião da Boa Vontade, declarou: “Meu pai achava, e eu e todos os que pensam no assunto, que é a coisa mais importante, a primeira de todas, melhorar o nível educacional brasileiro”. E acrescentou: “Parabéns pelo lindo trabalho! Muito obrigado pelos votos de aniversário. Espero revê-los aqui nos 40 e nos 50 anos de ‘Veja’”.
À sua família, as nossas condolências, com especiais votos de paz à esposa, Maria Antonia Magalhães Civita, e aos filhos Giancarlo, Victor e Roberta.
José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.
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