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PMA

sábado, 6 de agosto de 2016

PERNAMBUCO - VACINA CONTRA A DENGUE DISPONÍVEL NAS CLÍNICAS PARTICULARES

A vacina contra dengue, Dengvaxia, já está disponível nas clínicas particulares de Pernambuco. Cada dose custa em torno de R$ 300, mas para garantir a imunização são necessárias três aplicações, que devem ser feitas em um período máximo de seis meses cada. Apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter determinado preço máximo de R$ 138,53 para comercialização, o tratamento completo chega a custar quase mil reais. De acordo com o Ministério da Saúde, ainda não há previsão para que a vacina seja distribuída na rede pública.

Uma das primeiras clínicas a receber a Dengvaxia foi o Cidrim Vacinas. Segundo o diretor da rede, Ludovico Freitas, os valores estabelecidos estão sendo aplicados pelo laboratório fornecedor, Sanofi Pasteur, única empresa no Brasil com o registro. Por esse motivo, há um aumento quando chega ao paciente. “Esse preço definido pela Anvisa está sendo praticado para as clínicas que vão disponibilizar as doses para a população. Existem custos com transporte, gastos com o armazenamento do material, além dos impostos”, justifica.

A clínica tem unidades no bairro do Pina, da Madalena e em Casa Forte. O primeiro estoque é de mil doses e a expectativa é que essa quantidade dure por 20 dias, já que a procura tem sido grande. O atendimento é feito somente por agendamento e acontece entre as 10h e 16h. Em dois dias mais de 50 pessoas marcaram a vacinação. A maioria dos interessados, segundo Freitas, são mulheres e crianças. A Vaccine, que também começou a distribuição nesta semana cobrando R$ 285 por dose. 

Mesmo com a procura grande, o preço alto tem sido um dos motivos para desistência ou adiamento. “Já estava sabendo que iam começar a vender. Como eu nunca tive dengue, seria mais uma alternativa para evitar, mas estou ponderando bastante antes por causa dos preços”, conta a servidora pública Roberta Duarte, de 35 anos.

Segundo a Anvisa, os preços variam de acordo com o imposto de cada estado. Em Pernambuco, a variação é de 18%, permitindo que a vacina seja vendida por até R$ 134,63. No entanto, as clínicas têm cobrado uma diferença de mais de R$ 100. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que é a autoridade brasileira sobre preços de medicamentos, aponta que as clínicas devem repassar ao consumidor a vacina com preço exato pelo qual foi adquirida no fabricante. No entanto, o serviço prestado pode elevar o custo. “Para evitar cobrança abusiva, o paciente deve pedir a discriminação do que foi pago em nota fiscal. Se for maior que o teto máximo estabelecido pela CMED, o estabelecimento estará sujeito a multas”, esclarece a Anvisa em comunicado.

Outro ponto que está sendo considerado é a eficácia, já que a chance de ter dengue supera os 40% após se imunizar. “A eficácia global é considerada baixa, de apenas 66%. A doença tem quatro sorotipos e a eficiência da Dengvaxia é comprovada para formas mais graves, segundo os estudos”, explica o chefe do serviço de doenças infecciosas e parasitárias do Hospital das Clínicas, Paulo Sérgio Ramos. A vacina é indicada para pessoas de 9 a 45 anos e não é recomendada para mulheres grávidas, que estejam amamentando ou para pessoas com doenças imunológicas. 

Alguns efeitos colaterais podem ser dores e febre. Apesar de também serem transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a Zika e a Chikumgunya são vírus diferentes, que a Dengvaxia não imuniza. “A efetividade e o objetivo da vacina valem apenas para promover a proteção contra a dengue”, alerta Ramos.

O Ministério da Saúde informou que, até o momento, não há decisão sobre a incorporação do imunizante no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o órgão, para ser integrada ao SUS, a vacina, assim como qualquer outro medicamento, precisa passar pela análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que leva em conta aspectos como a eficácia, segurança e custo efetividade do produto, além dos benefícios da oferta para a população.

Do Diário de Pernambuco

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