O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios em Pernambuco (Sintect-PE) deve ingressar nesta quinta-feira (12) no Tribunal Superior do Trabalho (TST) com dissídio coletivo de greve. De braços cruzados desde a noite da última terça-feira (10), a categoria quer retomar as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho.
Na semana passada, a direção dos Correios se retirou da mesa de negociação junto ao TST. Até que a situação seja resolvida, a promessa é que o movimento grevista perdure por tempo indeterminado. Em Pernambuco, a adesão dos trabalhadores é de cerca de 80% dos 3,4 mil servidores.
“Nós tentamos abrir de forma incansável conversas com a empresa para que ela pelo menos mantivesse o acordo coletivo do ano passado. No entanto, a mesma se retirou da mesa de negociações”, conta o secretário do Sintect-PE, Hallison Tenório. Segundo ele, a categoria estava disposta a negociar um acordo em que prevalecesse a manutenção dos seus direitos e que avançasse um diálogo sem prejuízo para nenhuma parte. “A nossa proposta era de reposição salarial pela inflação, de 3,49%, percentual que se estende aos benefícios, a exemplo do tíquete alimentação, além da manutenção dos nossos pais no plano de saúde”, revela o sindicalista.
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Ainda de acordo com Tenório, a retirada dos Correios da mesa de negociação, que culminou com o movimento grevista deflagrado na última terça-feira, faz parte da estratégia dos Correios de promover o sucateamento da estatal para abrir caminho para que a população concorde com o processo de privatização anunciado no início do mês. “Desde 2011 que não é realizado concurso público nos Correios. Nesse meio tempo, muitos funcionários se aposentaram sem que houvesse reposição.
Atualmente, os Correios têm 200 mil funcionários, quando seria necessário no mínimo 400 mil para atender a população à altura do que ela merece”, revela.
Por meio de nota, os Correios alegaram que desde o início de julho participam da mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, sob mediação do TST, contabilizando dez encontros registrados em ata.
Segundo a estatal, durante as reuniões, a empresa apresentou sua real situação econômica e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões.
"As federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso pela empresa”, diz documento. A estatal completa afirmando que o principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população.
Fonte - Folha de Pernambuco
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