Cerca de 20% dos brasileiros ainda não ouviram falar sobre esquizofrenia, um transtorno mental que atinge mais de 1,6 milhão de pessoas no País. O dado é de uma pesquisa idealizada pela Janssen e realizada pelo Ibope Inteligência. Participaram do levantamento 2.002 brasileiros. Desse total, 40% já ouviram falar sobre o transtorno e acreditam que as pessoas com esquizofrenia não podem ter uma vida normal. As pessoas que têm familiares ou amigos com esquizofrenia somam 11%, mas apenas 4% dos brasileiros dizem ser próximos dos pacientes que conhecem.
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“A esquizofrenia é um transtorno mental potencialmente grave que decorre das alterações do funcionamento do cérebro que provocam, entre outros sintomas, a mudança da percepção da realidade”, explica o psiquiatra Rodrigo Bressan, professor de medicina na Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp).
“É possível fazer o diagnóstico da esquizofrenia sem grande dificuldade, mas o desafio está no tratamento. O paciente e os familiares têm dificuldade de entender o transtorno como uma doença e de implementar o tratamento. O tratamento precoce é fundamental para que as pessoas com esquizofrenia tenham uma vida ativa e funcional”, comenta o especialista. Atualmente, em diferentes populações, a esquizofrenia atinge em torno de 1% das pessoas e é responsável por 25% das internações psiquiátricas.
Entre as pessoas que participaram da pesquisa, 40% das que conhecem a esquizofrenia dizem que a maioria das pessoas não acredita que a esquizofrenia possa ser tratada com medicamentos. “Isso demonstra o quanto a população está carente de informações adequadas sobre a esquizofrenia e ainda a enxerga como um tabu. A esquizofrenia é um diagnóstico, não uma sentença”, diz Rodrigo Bressan. O tratamento adequado e contínuo ainda é a melhor forma de prevenir a progressão da doença e minimizar os sintomas, permitindo que o paciente mantenha uma vida ativa.
Os dados da pesquisa revelam que 64% dos entrevistados concordam que as mulheres têm receio no contato com um homem com esquizofrenia e 68% concordam que a maioria das pessoas não deixaria uma criança aos cuidados de um indivíduo com o transtorno. Quando o tema é emprego, quase metade dos brasileiros (44%) acredita que uma pessoa com esquizofrenia frequentemente não é contratada mesmo sendo qualificada para o trabalho. No entanto, 45% concordam que o paciente com esquizofrenia é tão inteligente quanto um indivíduo que não tem a doença.
Do NE10/ Casa Saudável
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