Os professores da rede estadual de ensino de Pernambuco decidiram suspender a paralisação da categoria, iniciada no dia 10 de abril. Os docentes permanecem em "estado de greve", mas retornam às atividades já nesta terça-feira (5). A decisão foi tomada depois de uma votação bastante acirrada realizada no Teatro dos Guararapes, no Centro de Convenções, em Olinda.
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A oposição ao Sindicato dos Trabalhos em Educação de Pernambuco (Sintepe) se posicionou contra a paralisação. A votação precisou ser refeita porque o primeiro resultado foi questionado por alguns participantes. O resultado deixou insatisfeitos alguns professores favoráveis à manutenção da paralisação geral.
Permanecer em "estado de greve" significa que a categoria pode decretar uma nova paralisação geral a qualquer momento.
O presidente do Sintepe, Fernando Melo, apresentou aos professores um ofício que era resultado de uma reunião com o governo do Estado no último dia 1º, no qual as penalidades dos professores seriam "perdoadas". Este ofício define que, na próxima quinta-feira (7), acontecerá uma reunião entre a secretaria de Educação do Estado para definir a reposição das aulas, referente aos dias parados.
Manifestantes queimaram boneco do governador Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Na sexta-feira (8), a categoria se reúne com a Procuradoria Geral do Estado para solicitar a revogação da multa imposta pela Justiça.
Já no dia 13, deve acontecer uma reunião para discutir a pauta de reivindicações que foi entregue no dia 15 de março pelos grevistas.
No acordo, o governo prometeu devolver o valor referente aos dias parados que haviam sido descontados, desconsiderar as 15 transferências de professores das Escolas de Referência do Ensino Médio (Erem) e garantir que nenhum professor com contrato temporário irá sofrer punição. A portaria deve ser publicada nesta quarta-feira (6).
RETROSPECTIVA DA GREVE - Os professores entraram em greve no dia 10 de abril. A pauta principal das reivindicações é o cumprimento da Lei do Piso Salarial (11.738/2008), que garante o reajuste de 13,01% a todos os professores da rede e não apenas aos profissionais com nível médio (antigo magistério), cerca de 10% da categoria, como foi definido pelo governo. Com isso, dos 49.816 docentes (23.165 ativos 26.651 inativos), 45.750 ficam sem aumento e profissionais com dez anos de serviço e licenciatura plena recebem reajuste de 0,89% .
Cinco dias após a paralisação, o desembargador Jovaldo Nunes estabeleceu multa diária de R$ 30 mil caso a categoria não encerrasse a greve, valor que foi elevado para R$ 80 mil. “O Sintepe entrou com mandado de segurança no dia 15 e ação contra a multa no dia 17 e até agora nossos processos não foram julgados, um tratamento diferenciado”, observou o sindicalista.
A categoria se reuniu com os secretários de Administração, Milton Coelho, e de Educação, Frederico Amâncio. A reunião terminou sem acordo.
Do NE10
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