ARARIPINA

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domingo, 18 de janeiro de 2015

ARTIGO - DESARMAR OS CORAÇÕES - PAIVA NETTO

A mídia está repleta das tristezas que se deram a partir de 7 de janeiro corrente, na França. Milhões e milhões de almas se comovem, nos lares e nas ruas! Muitas são as tentativas de caminhos novos que aplaquem todas essas dores.

Relendo o meu livro“Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade”, lançado em 8 de novembro de 2014, achei alguns modestos apontamentos, os quais gostaria de apresentar a vocês, que me honram com a leitura.

Por infelicidade, os povos ainda não regularam suas lentes para enxergar que a verdadeira harmonia começa no íntimo esclarecido de cada criatura, pelo conhecimento espiritual,pela generosidade e pela justiça.Consoante costumo afirmar, e outras vezes comentarei, eles geram fartura. A tranquilidade que o Pai Celeste —visto, de lado a lado, sem extremismos e reconhecido como inspirador da Fraternidade Ecumênica— tem a oferecer, em nada se assemelha às frustradas tratativas e ineficazes acordos registrados no mundo. O engenheiro e abolicionista brasileiro André Rebouças(1838-1898) traduziu em metáfora a inércia das perspectivas exclusivamente humanas:

— “(...) A paz armadaestá para a guerra como as moléstias crônicas para as moléstias agudas; como uma febre renitente para um tifo. Todas essas moléstias aniquilam e matam asnações; é só uma questão de tempo”.

Vivenciar a Paz desarmada, a partir da fraternal instrução de todas as nações,é medida inadiável para a sobrevivência dos povos. Mas, para isso, é preciso, primeiro, desarmar os corações, conservando o bom senso, conforme destaqueiaos jovens de todas as idades que me ouviam em Jundiaí/SP, Brasil, em setembro de 1983 (...). 

No dia em que o indivíduo, reeducado sabiamente, não tiver mais ódio bastante para disparar artefatos mortíferos, mentais e físicos, estes perderão todo o seu terrível significado, toda a sua má razão de ser. E não mais serão produzidos.

É necessário cessar os rancores que insistem em escurecer os corações humanos: desarmar, com uma força maior que o ódio, a ira que dispara as armas. E essa energia poderosa é o Amor — não o ainda incipiente amor dos homens —,mas o Amor de Deus, de que todos nós nos precisamos alimentar. Temos, nas nossas mãos, a mais potente ferramenta do mundo. Essa, sim, é que vai arruinar com todos os tipos de guerras, que, de início, nascem na Alma, quando enferma, do ser vivente. Os povos discutem o problema da violência no rádio, na televisão, na imprensa ou na internet e ficam cada vez mais perplexos por não descobrira solução para erradicá-la, apesar de tantas e brilhantes teses. Em geral, procuram-na longe e por caminhos intrincados. Ela, porém, não se encontra distante; está pertinho, dentro de nós: Deus!

— “(...)o Reino de Deus está dentro de vós”. Jesus (Lucas, 17:21).

E devemos sempre repetir que o Pai Celestial é Amor! Não o amor banalizado, mas a Força que move osUniversos. Lamentavelmente, a maioria esmagadorados chamados poderosos da Terra ainda não acreditabem nesse fato e tenta em vão desqualificá-lo. Entretanto, “o próximoe último Armagedom mudará a mentalidade das naçõese dos seus governantes”, afiançava Alziro Zarur (1914-1979). 

Sobrepujar os obstáculos

Zarurdizia, “na verdade, quem ama a Deus ama ao próximo, seja qual for sua religião, ou irreligião”.

Para encerramento deste pequeno artigo, recordo uma meditação minha que coloquei no livro “Reflexões da Alma” (2003): O coração torna-se mais propenso a ouvir quando o Amor é o fundamento do diálogo. 

José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor. 

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