ARARIPINA

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

DE OLHO NO TRÂNSITO - POR MOTORISTAS MELHORES


O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) baixou mais uma portaria, agora a de número 358, impondo normas mais rígidas para a formação dos motoristas no País. As autoescolas terão que ter uma aprovação de 60% dos alunos e esse percentual será pré-requisito para renovação do credenciamento junto aos Detrans. Agora, a cada ano, os Centros de Formação de Condutores (CFCs) vão ser obrigados a aprovar nas provas teóricas e práticas no mínimo seis de cada dez candidatos examinados. Já os examinadores terão que ter formação em nível superior.

O diretor-geral e o diretor de ensino das autoescolas deverão ter 220 horas/aula de instrução contra 140 anteriores. No caso de instrutores, o aumento é de 50%, passando de 120 horas/aula para 180. A exigência para quem ministra cursos especializados é maior, com acréscimo de 150 horas/aula, indo a 270. Já o examinador terá que cumprir 208 horas/aula contra as 132 da regra antiga. Além disso, a cada cinco anos os profissionais terão que passar por curso de atualização, com carga de 20 horas/aula. Examinadores credenciados terão mais dois anos para continuar exercendo a atividade. Após esse prazo, será exigida formação superior.

Quando o CFC não atingir o índice mínimo determinado em períodos que não ultrapassem três meses, os Detrans terão que exigir mudanças de planejamento e se, mesmo assim, o percentual não for alcançado, os instrutores e diretores terão que passar por uma reciclagem.

As novas regras determinam que os profissionais tenham 21 anos, curso de ensino médio, não haver sofrido cassação da carteira de motorista, ter pelo menos dois anos de habilitação e um ano na categoria D, não ter cometido infração gravíssima nos últimos dois meses e ser certificado em curso de primeiros socorros e direção defensiva. Antes, os instrutores não podiam cometer infração grave ou gravíssima nos últimos 12 meses e precisavam ser habilitado apenas na categoria em que pretendia dar aulas. Ou seja, o Contran está exigindo mais qualificação daqueles que ensinam as pessoas a dirigir na tentativa de preparar motoristas melhores e mais conscientes.

Agora, a cada ano, os CFCs vão ser obrigados a passar nas provas teóricas e práticas no mínimo seis de cada dez candidatos examinados

QUE TAL DIRIGIR UM CARRO COM UM PEDAL ÚNICO?


Um japonês de 74 anos, Masuyuki Naruse, inventou um pedal único para acelerar e frear os carros. Para acelerar, basta colocar o pé direito no pedal e girá-lo no sentido horário. Para frear, é só pressionar o pedal com o pé do mesmo modo que é feito nos veículos tradicionais. A proposta pode ser pouco convencional, mas o inventor está convicto de que sua invenção é mais confortável que os clássicos sistemas de dois ou três pedais. Além disso, argumenta ele, seria à prova de pânico. Segundo o inventor japonês, a tendência natural dos motoristas em situações de susto é pisar fortemente no pedal do freio e, se houver um erro, isso pode levar a uma súbita aceleração. O problema é muito mais grave nos carros automáticos já que, neles, pisar fundo no acelerador provoca também uma redução de marcha. Números do trânsito japonês indicaram que, em 2009, ocorreram no País 6.700 acidentes atribuídos à aceleração involuntária causada pelo pressionamento errado dos pedais. Neles, 37 pessoas morreram e mais de nove mil ficaram feridas.

MUNICIPALIZAÇÃO DO TRÂNSITO AINDA É SONHO

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostrou que, dos 5.241 municípios brasileiros, apenas 748 municipalizaram o trânsito, o que representa um percentual de apenas 14%. O estudo revelou, ainda, que a evolução da municipalização é muito tímida e que a maioria das cidades não têm o menor interesse de assumir a gestão do trânsito. A mudança, prevista e recomendada pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é apontada como positiva porque permite a um único gestor – no caso o município – planejar, de forma articulada, o crescimento e a circulação da cidades. Segundo o estudo da CNM, a maioria dos municípios criou um departamento e conta com o suporte do Estado para fiscalização, equipe técnica ou consórcio entre municípios. Entretanto, entre os municípios ainda não integrados, 44% informaram não possuir qualquer interesse na municipalização.

SEM ESTRUTURA PARA MUNICIPALIZAR

Com relação à estrutura, a presença de uma equipe de engenharia de trânsito não parece ser a realidade da maioria dos municípios: 56% afirmaram não possuir uma equipe técnica. Apenas 320 municípios disseram possuir esse serviço. A pesquisa da CNM também mostra que a maior parte dos municípios afirmou estar arrecadando valores com as multas de trânsito – 668 (89%). Desses, 643 disseram que aplicam esses recursos no trânsito municipal (96%). Apenas 19 disseram gastar os valores recolhidos com multas com outras despesas da prefeitura. No entanto 527 afirmaram que esses recursos arrecadados não são suficientes para as despesas de trânsito (79%). Outra pequena parte (115 municípios) disse que os recursos são suficientes.

Foto - Fredson Paiva

Por Roberta Soares - JC OnLine

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