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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

SETEMBRO AMARELO - RECONHECER SINAIS PODE AJUDAR A SALVAR VIDAS


Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas por ano tiram a própria vida, o que representa cerca de uma a cada 100 mortes registradas. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o problema aparece como a quarta causa de morte mais recorrente, atrás apenas de acidentes no trânsito, tuberculose e violência.

Neste contexto, a campanha Setembro Amarelo se torna um convite à reflexão e à ação, através da conscientização, para identificar os sinais, acolher quem sofre e romper preconceitos que ainda dificultam a prevenção.

O psiquiatra Vitor Hugo Stangler, do Hospital Jayme da Fonte, alerta que é de extrema importância entender que o suicídio, na grande maioria das vezes, não é um ato isolado, mas sim um sintoma associado a outros transtornos psiquiátricos, como depressão e ansiedade.

“Uma das formas de familiares e amigos ajudarem nesse quadro seria prestando atenção em outros transtornos, como sintomas depressivos, se a pessoa está um pouco mais isolada, não quer muita conversa, ou um quadro de ansiedade intensa, se aquela pessoa está passando por situações adversas mais marcantes, como por exemplo uma dívida financeira ou acabou perdendo o emprego”, explica.

Vitor Hugo Stangler destaca os cuidados com a saúde mental. Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Acolhimento

Abordar o assunto e oferecer ajuda necessária, no entanto, pode ser um desafio. O especialista ressalta que o diálogo deve ser feito com acolhimento e sem julgamentos. “Estamos falando de uma pessoa que está em um sofrimento tão grande, que não entende aquilo como uma patologia ou algo que poderia ser ajudado com uma consulta profissional. Então, os familiares e amigos podem ajudar nesse intermédio, levar ao médico, ao psicólogo, incentivar atividades físicas e outras mudanças”, orienta.

Além do tratamento especializado, outras estratégias cotidianas podem auxiliar no cuidado com a saúde mental: “Praticar atividades físicas, ter uma boa higiene do sono, organizar a rotina, diminuir o excesso de trabalho e a rotina pesada, iniciar práticas meditativas de relaxamento, ter hobbies dentro da rotina, além da alimentação, que também é muito importante do ponto de vista da saúde mental”.

Mitos

Mesmo com os avanços na discussão sobre o tema, o psiquiatra pontua que mitos ainda dificultam a prevenção. “O grande mito da saúde mental é que tudo aquilo não passa de uma vontade da pessoa, que basta ela querer que ela vai melhorar. A vontade da pessoa também está alterada na maioria dos transtornos psiquiátricos, que é o que chamamos de volição. Então, a pessoa não faz porque ela não consegue. Pensar dessa forma acaba atrapalhando e fazendo com que a pessoa, já adoecida, piore”, alerta.


Por Gabriela Castello Buarque

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