Árvore sagrada do Sertão”. Foi assim que o escritor brasileiro Euclides da Cunha chamou o umbuzeiro em sua obra “Os Sertões”, de 1902. A árvore se destaca pela sua resistência às condições climáticas da região. Através da produção e distribuição de mudas prontas para o plantio para a comunidade, o projeto de extensão ‘Resgate do Umbuzeiro no Sertão do Araripe' é realizado no Instituto Federal do Sertão de Pernambuco (IF Sertão – PE), em Ouricuri, por professores e estudantes do curso técnico em Agropecuária, além de colaboradores.
Para Évio Galindo, professor orientador do projeto, a árvore é um ícone de representatividade da Caatinga. “O umbuzeiro é uma árvore que representa muito bem nossa região, símbolo de resistência e ainda fornece os frutos que são bem apreciados”, ressaltou.
Seu fruto, o umbu, é de grande valor econômico, podendo ser consumido ao natural e também utilizado em receitas culinárias. As folhas e raízes do umbuzeiro, bem como o umbu, são usados tanto para consumo humano, como para o animal.
Apesar dos claros benefícios do umbuzeiro, a árvore está ameaçada de extinção. Única no mundo, pois não existem relatos de sua existência em outros locais do planeta, os umbuzeiros encontrados na caatinga são antigos e centenários. A criação de animais como bodes, cabras e ovelhas é um dos fatores que ameaçam a existência do umbuzeiro, pois os mesmos se alimentam das plantas recém-germinadas e impedem o surgimento das espécies jovens.
Um dos estudantes e colaboradores do projeto, Lucas Fernando, passou a valorizar o umbuzeiro após o trabalho realizado. “Eu pude notar que o umbuzeiro estava desaparecendo da nossa caatinga. Por isso, o total empenho nesse projeto de reflorestamento com essa planta tão rica”, disse.
As mudas de umbuzeiro podem ser adquiridas, de forma gratuita, na coordenação de Agropecuária do campus de Ouricuri. “A princípio, estamos com 80 mudas, algumas sementes ainda não germinaram e mais de 300 sementes estão armazenadas e logo serão semeadas.A ideia é de que a produção seja constante”, afirmou Évio Galindo.
Do G1/ Petrolina
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