Pernambuco deve começar a exportar mel para a Europa e para os Estados Unidos ainda este ano. O estado entrou com pedido de certificação no Ministério da Agricultura para o Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do Mel em Trindade, no Semiárido, como informa o Diário de Pernambuco. A iniciativa fará com o processamento da produção pernambucana, hoje feito no Piauí e no Rio Grande do Norte, possa ser executado aqui.
O mel processado vai entrar na pauta de exportação de Pernambuco. Atualmente, o mel puro bruto é enviado para estes dois estados vizinhos, onde é processado e depois exportado para a Europa e os Estados Unidos`, explica Gabriel Maciel, gerente de Arranjos Produtivos Locais da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD-Diper). Gabriel Maciel explica que praticamente todo o mel puro produzido é exportado. Os Estados Unidos e a Alemanha são maiores compradores.
A apicultura é uma atividade tradiconal na região do Semiárido pernambucano, envolvendo 10 municípios: Araripina, Trindade, Bodocó, Ouricuri, Santa Cruz, Santa Filomena, Exu, Granito, Moureilândia e Ipubi. Os principais produtores são Araripina, Trindade e Ipubi.
No Nordeste, destacam-se na exportação de mel o Piauí, o Rio Grande do Norte, o Ceará e o Maranhão. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o produto é o terceiro na pauta de exportações do Piauí, representando 7,44% das vendas para o exterior. Em 2010, o Piauí exportou três mil toneladas de mel, com resultado positivo de US$ 9,6 milhões para balança comercial do estado. O Rio Grande do Norte é o segundo maior exportador da região, com 722 toneladas vendidas no ano passado e resultado de US$ 1,8 milhão.
A tonelada do mel bruto é vendida por R$ 4.500. Depois de processado, o produto tem uma valorização média de pelo menos 20%, ou R$ 900 a mais por tonelada. A produção de Pernambuco hoje gira em torno de 1 mil tonelada por ano. O CVT do Mel de Trindade terá capacidade de processar inicialmente até 500 toneladas por ano.Impacto social
Inicialmente, utilizarão os laboratórios do CVT do Mel 24 produtores associados à Cooperativa dos Produtores de Mel do Araripe. Segundo Gabriel Maciel, o trabalho seguinte será certificar os demais produtores, para que, melhorando a qualidade do mel, também possam exportar o produto. A estimativa é que cerca de 800 famílias vivam de atividades relativas à cadeia produtiva do mel.
´A atividade é tradicional e tem grande impacto porque envolve pequenos agricultores. A organização do setor tem um efeito social grande na região. O mel de Pernambuco é considerado puro, sendo aprovado por todas as análises exigidas pela União Européia. Mas até agora não podíamos exportar, porque o processamento não seguia os padrões técnicos exigidos`, completa Maciel.
“O mel processado vai entrar na pauta de exportação de Pernambuco. Atualmente, o mel puro bruto é enviado para dois estados vizinhos, de onde é exportado` Gabriel Maciel, gerente de APL da AD-Diper.
Foto: Juliana Leitao/DP/D.A Press
Fonte -Blog da Elba Galindo
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