Numa região marcada pelas adversidades climáticas, uma previsão adequada do tempo pode interferir no modo de vida da população e até mesmo nortear as atividades econômicas, como é o caso da fruticultura irrigada. E dentro desse contexto, Petrolina e Juazeiro (BA), ambas situadas no Semiárido nordestino, contam com um importante mecanismo de leitura do clima: trata-se do laboratório de meteorologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Com equipamentos modernos – importados sobretudo dos Estados Unidos e da Europa – o laboratório conta com duas estações meteorológicas (uma em Petrolina e outra na vizinha cidade baiana), além de computadores ligados a satélites.
“A partir destas estações, temos acesso, no laboratório, em tempo real, ao que acontece na evolução do clima – a cada um segundo – nas duas cidades. Temos computadores ligados a satélite, que permitem mostrar, por exemplo, onde tem nuvem na atmosfera, onde tem água, onde não tem, a previsão do tempo. Além disso temos acesso a todos os sistemas de observações climáticas do planeta. Utilizamos os dados para fazer análises e repassarmos de maneira mais acessível para a população, e sobretudo, no caso desta região, para os produtores, para que eles possam ter noção das modificações climáticas e, com isso, possam nortear melhor sua produção, o que certamente contribui para o desenvolvimento do Vale”, destaca o meteorologista e professor da Univasf Mário Miranda. “O serviço disponibilizado aqui está na vanguarda”, completa.
A equipe do laboratório desenvolve atualmente uma pesquisa dentro dos parreirais situados no projeto de irrigação Maria Tereza, em Petrolina. A ideia é subsidiar, com informações sobre as variações do clima, os produtores locais.
NA INTERNET
A expectativa é que, em breve, todas as informações obtidas no laboratório da Univasf sejam colocadas em uma página da internet. “Nós sempre damos informações a veículos de comunicação, órgãos institucionais, defesa civil, algumas empresas que atuam junto à agricultura, mas temos a certeza de que esse é um assunto que interessa muito a toda a população. Uma página na internet, sem dúvida, facilita bastante o acesso de todas as pessoas”, frisa Mário Miranda.
De acordo com o meteorologista, o laboratório da Univasf pode ser considerado um dos melhores do país. “Estamos, sem sombra de dúvida, em pé de igualdade com as principais universidades do Brasil. Talvez, a maioria delas não tenha – em campo – o que nós temos aqui, com as estações meteorológicas. Outras universidades têm um complexo sistema de informações, mas dentro de laboratórios. Aqui nós estamos também no campo. No Nordeste, nenhuma universidade dispõem da tecnologia que temos aqui”, enfatiza.
“Nossos equipamentos são muito precisos e modernos. Para se ter ideia, quando a gente diz qual é a temperatura média em Petrolina, para chegar ao número o nosso sensor fez – em um só dia – uma leitura de 86.400 informações”, complementa professor Mário Miranda.
Roseanne Albuquerque
JC On Line
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