domingo, 17 de outubro de 2010

ELEIÇÕES 2010 - TUMULTO COM SERRA EM MISSA NO CEARÁ


Terminou em tumulto a visita do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, a uma missa na festa de São Francisco, em Canindé, interior do Ceará, na tarde de ontem. A festa é o maior evento religioso da cidade. Havia militantes com bandeiras do PT e de Serra. No final da missa, houve corre-corre e o tucano chegou a levar um empurrão.

Os ânimos foram inflamados por declarações do frade que celebrou a missa, cujo nome não foi informado. Ele reclamou da chegada do tucano quando a cerimônia já estava em andamento e declarou, na presença de Serra, que a igreja não autoriza a divulgação de panfletos associando a petista Dilma Rousseff à defesa do aborto.

Quando chegou ao local da festa, Serra foi vaiado por cerca de cem militantes petistas que, segundo a Guarda Municipal, faziam um bandeiraço em frente à catedral. Ao entrar na missa, em um galpão atrás da catedral, Serra e comitiva sentaram nas primeiras fileiras, provocando uma pequena confusão, o que irritou o frade. “Gostaria que a missa não fosse tumultuada com os políticos que aqui chegaram, por favor”, disse ele.

Durante a missa, o frade disse que não se referia a A ou a B, mas àqueles que estavam conversando. “Se vieram com outra intenção, peço que saiam assim como entraram. Isso é uma profanação”, afirmou.

Perto do fim da missa, o frade exibiu um panfleto que, segundo ele, atacava Dilma, adversária de Serra. “Acusam a candidata do PT em nome da igreja. Não é verdade”, disse o frade. A plateia aplaudiu. “Não está autorizada essa coisa. A igreja não está autorizando essas coisas (distribuição dos panfletos)”, repetiu ele.

No final da missa, começaram a chegar ao local militantes com bandeiras de Serra – e foi quando houve o tumulto com a militância petista. Serra não quis comentar as declarações do frade. Seguranças da igreja não permitiram que a imprensa se aproximasse do religioso.

Antes da missa, Serra havia se reunido com políticos locais. “Tenho sofrido nesta campanha ataques, mentiras de profissionais da mentira que nunca imaginei na minha vida”, discursou o candidato tucano, sem explicar ao que se referia.

“Não fosse a minha vida, meu testemunho que sempre dei de correção na vida pública, eu ficaria abalado. No caso, agora, faço o contrário. Tenho uma mola. No momento que batem, eu subo”, completou o tucano.

Enquanto Serra esteve no Ceará, Dilma e o presidente Lula estiveram ontem em Belo Horizonte (MG). Foi uma clara reação à ofensiva do ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB), que prometeu virar a eleição a favor de Serra no segundo maior colégio eleitoral do País – Minas Gerais.

Depois de percorrer sete quilômetros em uma carreata que começou nos bairros nobres de Belo Horizonte e terminou em um comício relâmpago com militantes no Centro da capital, Lula apostou na mineiridade de Dilma para vencer as eleições no Estado e disse mais uma vez ser vítima do preconceito “dos ricos”.

“Eu nasci aqui e, se Deus quiser, eu vou ser a primeira mineira presidente do Brasil”, discursou Dilma, antes de citar Juscelino Kubitschek, Tiradentes e Tancredo Neves como mineiros que considera ilustres.

Fonte - JC

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