O candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa, hoje, 77 anos num clima de otimismo com a vitória nas urnas, no domingo. Isso porque os recentes episódios envolvendo o presidente Jair Bolsonaro — a questão sobre as venezuelanas, a reação de Roberto Jefferson e a rejeição, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da petição pela suposta falta de isonomia entre as campanhas nas inserções de rádio — trouxeram desgaste ao adversário sem que o petista trabalhasse para construir tal agenda negativa.
Isso fez com que o clima no entorno de Lula passasse de um polo a outro. Se na semana passada tudo era cautela e receio por causa da distância cada vez menor entre o petista e Bolsonaro, como apontavam as pesquisas de intenção de voto desde o começo da corrida do segundo turno, com os recentes reveses na campanha do presidente a confiança voltou a prevalecer.
Para o deputado Paulo Teixeira (SP), secretário-geral do PT, "começamos bem a semana de campanha e eles mal". Ele atribuiu à reação de Roberto Jefferson contra os agentes da Polícia Federal, que foram cumprir a ordem de levá-lo de volta ao regime fechado de prisão, como um grande golpe na campanha de Bolsonaro.
Para Teixeira, os desgastes do presidente contribuíram para a retomada do ânimo da militância do partido — que sentiu a decepção de não ter encerrado a corrida presidencial no primeiro turno. Além disso, a campanha ganhou em força com a adesão da senadora Simone Tebet (MDB) e dos ex-presidentes do Banco Central Pérsio Arida e Henrique Meirelles — que vêm trabalhando intensamente pela eleição de Lula.
O petista, aliás, teve reunião, ontem, com os representantes da Confederação Nacional de Municípios (CNM), em São Paulo. Ele recebeu um caderno com propostas dos prefeitos e prometeu, caso seja eleito, cumprir pelo menos parte delas — sobretudo a reformulação do pacto federativo. "É na cidade que o povo vai na casa do prefeito xingar o prefeito, às vezes até incentivado por vereadores. Um presidente da República não pode governar seu país sem conversar com os governadores e sem conversar com os prefeitos. Estou dizendo todo dia que, se ganhar as eleições, logo no começo, no mês de janeiro, vou ter uma reunião com os governadores para repactuar o pacto federativo. Se a gente ganhar, os prefeitos serão tratados com dignidade, deferência e respeito", assegurou.
Fonte - Correio Braziliense
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