Governadores pelo país lamentaram a demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça e elogiaram o trabalho do ex-juiz da Lava Jato. Alguns, como Wilson Witzel (PSC-RJ) e Ratinho Júnior (PSD-PR), ofereceram a Moro cargos em seus governos. Parte dos governadores, como Flávio Dino (PC do B-MA), também criticaram Jair Bolsonaro, afirmando que Moro indicou crimes cometidos pelo presidente ao anunciar sua demissão nesta sexta-feira (24).
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Os governadores ainda demonstraram preocupação com o agravamento da crise política em meio à pandemia de coronavírus que atinge o país. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou em entrevista coletiva que Bolsonaro é um vírus. "A saída de Sergio Moro é um golpe na Justiça, na democracia do Brasil. Lamento muito que o nosso país tenha que combater e lutar contra dois víruus: o coronavírus e o outro vírus que está no Palácio do Planalto, em Brasília", disse.
"São Paulo reconhece e agradece o trabalho do ministro ao longo de sua atuação sempre foi republicano, correto e agiu de forma diligente", completou. Doria disse ainda que Moro "ajudou a escrever as melhores páginas da história do Brasil". No Twitter, Doria afirmou que "o Brasil perde muito com saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça". "Moro mudou a história do país ao comandar a Lava Jato e colocar dezenas de corruptos na cadeia. Deu sinal de grandeza ao deixar a magistratura, para se doar ainda mais ao nosso país como ministro", disse.
"Assisto com tristeza ao pedido de demissão do meu ex-colega, o juiz federal Sergio Moro, cujos princípios adotamos em nossa vida profissional com uma missão: o combate ao crime. Ficaria honrado com sua presença em meu governo porque aqui, vossa excelência, tem carta branca sempre", afirmou o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), convidando Moro para o governo.
O governador do Paraná, estado natal de Moro, Ratinho Jr. (PSD), lamentou a saída do ex-juiz do governo federal. Por uma rede social, o governador afirmou que Moro "é o maior paranaense da história recente". "Como juiz e como ministro ajudou a combater a corrupção em nosso país. Lamento muito a sua saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas tenho certeza de que ele vai continuar contribuindo com a nação em outros desafios. O Paraná te recebe de braços abertos", escreveu.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), avalia que, com o desembarque de Moro, Bolsonaro perdeu força política. "Ruiu definitivamente o seu suposto compromisso com a luta contra a corrupção", afirma. "Mais do que isso: O depoimento de Moro é uma forte prova de vários crimes de responsabilidade. Crimes contra a probidade na administração, em face da falsificação de um ato administrativo, e também crimes contra o livre exercício dos Poderes do Estado, pela interferência política na Polícia Federal para abafar investigações", complementa.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que Bolsonaro não está interessado em salvar vidas em meio à pandemia do novo coronavírus, mas sim atuar em defesa de parentes e amigos em possíveis investigações da Polícia Federal. "A cabeça de quem está no comando do governo federal não é salvar vida humana. É pensar nas investigações que estão sendo feitas com parentes ou amigos ligados ao presidente da República", afirmou.
Ronaldo Caiado (DEM), governador de Goiás que rompeu recentemente com Bolsonaro, afirmou que "Moro tem uma vida de grandes serviços prestados ao país na moralização e no combate à corrupção". "Lamentável que essa situação tenha chegado a esse ponto", disse.
O governador do Pará (MDB), Helder Barbalho, afirmou que Moro foi um grande parceiro e lhe desejou sucesso. "Com seu apoio, atravessamos crises e reduzimos a violência, que continua em queda histórica em nosso estado. O país perde um colaborador da maior grandeza", escreveu.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), lamentou a saída de Moro. "Manifesto minha admiração por tudo que Moro representa ao país no combate à corrupção, seja como juiz ou ministro. O Brasil agradece o trabalho e dedicação daquele que trouxe mais esperança para o nosso povo."
O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), afirmou que os brasileiros perdem com a saída de Moro. "Moro é sinônimo de luta contra a corrupção, condição essencial para a construção de um melhor. Lamento. Seu trabalho sempre foi correto e ético."
Camilo Santana (PT), governador do Ceará, afirmou que os fatos alegados por Moro para deixar o governo Bolsonaro são graves. "Órgãos de controle e investigação como a Polícia Federal, devem estar blindados de interferências políticas e atuar sempre com autonomia e isenção, imprescindíveis numa democracia", declarou.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que o trabalho técnico, o combate à corrupção e a valorização do mérito foram derrotados. "A saída de Moro, na forma como se deu e pelas motivações apresentadas, em um momento delicado da vida do país, abala os brasileiros que lutam por um país mais justo e transparente."
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou que a saída de Moro evidencia a instabilidade do governo federal e preocupa pela ingerência política nas ações policiais. "É inaceitável a insistência em criar problemas, diante de uma crise crescente, que ameaça a vida das pessoas. Serenidade e responsabilidade são princípios imprescindíveis", disse em crítica a Bolsonaro.
Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo, disse que a demissão de Moro agrava a crise do governo Bolsonaro. "A permanente instabilidade política mesmo em meio a pandemia fragiliza as instituições democráticas e mantém a angustia dos brasileiros. Governo Bolsonaro perde seu maior selo de qualidade", afirmou.
O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), afirmou que a demissão de Moro em meio à pandemia de coronavírus "traz profunda preocupação quanto à situação política e institucional do nosso país". "As denúncias apresentadas por Moro, ao anunciar sua demissão, são gravíssimas e comprometedoras, exigindo esclarecimentos convincentes do presidente da República, sob pena de fragilizar as nossas instituições republicanas e democráticas, exatamente quando o Brasil precisa, mais do que nunca, de estabilidade para enfrentar o momento crítico que vivemos", completou.
Fonte - Folhapress
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