segunda-feira, 8 de junho de 2015

MEMÓRIA POLÍTICA - HÁ UMA DÉCADA ESTOURAVA O ESCÂNDALO DO MENSALÃO NO BRASIL

Há dez anos, em junho de 2005, o Brasil se estarrecia com o que seria, até então, considerado o maior esquema de corrupção da história, o escândalo do Mensalão. Acuado pela revelação de uma estrutura ilegal operada nos Correios, o deputado federal Roberto Jefferson, então presidente do PTB, decidiu que não cairia sozinho e denunciou, em entrevista à Folha de S.Paulo, que o governo federal pagava “mesadas” para receber apoio no Congresso. Passada uma década, as denúncias ainda reverberam na mente dos brasileiros, que agora se deparam com os desvios apontados pela Operação Java Jato. Para especialistas, o País aprendeu pouca coisa com o fato.

Politicamente, foi a imagem do PT que mais ficou manchada após o episódio. O cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Ricardo Ismael, afirma que o partido, até então “tido como um paladino da ética política, acabou se igualando as demais legendas tão combatidas nos anos da militância”. 

Mesmo com a reeleição de Lula, em 2006, o estudioso aponta que a permanência de poder do PT aconteceu muito em detrimento dos programas sociais e do crescimento da economia, aliada ainda a dificuldade de articulação da oposição na época das denúncias. A própria presidente, lembra Ismael, teve sua escalada ao poder como consequência do Mensalão. Já que ela foi colocada em um posto estratégico do governo, o ministério da Casa Civil, por ter um perfil técnico.

Bem diferente do seu antecessor, José Dirceu, condenado a 7 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa. Dirceu já havia sido presidente nacional do PT e concentrava um papel de destaque na articulação política no primeiro mandato do presidente Lula.

Mas não foi Dirceu que pegou a maior pena, dentre as 24 pessoas condenadas, coube ao empresário mineiro e lobista Marcos Valério, apontado como operador do esquema, o posto, com 42 anos de reclusão.

Punições que poderiam não ser as mesmas caso o mecanismo da delação premiada, hoje tão usado na Operação Lava Jato, tivesse sido aceito pelo Superior Tribunal Federal (STF). É o que destaca o professor de Direito da Unisinos, no Rio Grande do Sul, Gustavo Bohrer Paim. Ele aponta que as investigações também poderiam ter tomado outro rumo caso os envolvidos, como Marcos Valério, tivessem tido algum benefício para expor outros nomes que participaram da distribuição dos valores.

Do Blog de Jamildo

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