domingo, 1 de novembro de 2009

PETRÓLEO - PERNAMBUCO PODE TER O SEU PRÉ-SAL


Pernambuco também poderá ter o seu pré-sal. Pelo menos é o que sinalizam as primeiras interpretações dos estudos sísmicos realizados por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sob encomenda do consórcio Petrobras-Petrogal, que adquiriu em 2007 três blocos na bacia Pernambuco-Paraíba, durante a 9ª rodada de licitação de áreas de exploração da ANP. A confirmação da existência de petróleo submerso na costa pernambucana ainda deve demorar a acontecer, porque o consórcio tem até 2015 para apresentar os resultados da exploração.

“As informações ainda são muito preliminares, mas a interpretação das linhas da sísmica 2D realizadas pela universidade mostra a presença de rochas geradoras e rochas reservatório (condições imprescindíveis para a existência de petróleo) na costa de Pernambuco, entre os municípios de Recife e São José da Coroa Grande”, afirma o vice-coordenador do curso de geologia da UFPE, José Mário de Lima Filho, que participou do grupo de pesquisadores responsável pela reinterpretação das sísmicas. A UFPE fechou convênio de R$ 3 milhões para interpretar os resultados das sísmicas 2D.

O pesquisador da UFPE adianta que as pesquisas de exploração também apontam para a existência de camadas de sal na região. “Acreditamos que esses estudos vão quebrar o paradigma de que em Pernambuco não tem petróleo. Temos várias bacias sedimentares no Estado, tanto no mar como em terra. Levantamentos geoquímicos realizados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram a existência de óleo leve em três locais”, destaca Lima Filho.

O diretor gerente da Petrogal Brasil, Bráulio Amado, que esteve no Recife esta semana para participar do seminário Pernambuco Business, diz que o consórcio está contratando a empresa que vai realizar os levantamentos sísmicos em 3D. “Até o final deste ano vamos fazer a licitação e a expectativa é concluir o levantamento num prazo de 6 a 7 meses”, calcula o executivo, lembrando que a sísmica 3D vai permitir apontar uma análise mais detalhada das área. No projeto de exploração dos blocos, a Petrobras tem 80% de participação e a Petrogal os 20% restantes.

Sem quantificar, Bráulio Amado diz que os investimentos na exploração ainda foram pequenos, porque são referentes apenas ao pagamento de bônus. O executivo afirma que ainda há um longo caminho até a perfuração do primeiro poço, que só deve ocorrer por volta de 2012. Pelo contrato com a ANP, o consórcio tem que entregar pelo menos parte do resultado final das sísmicas em 2011.

Adriana Guarda
adrianaguarda@jc.com.br

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