sábado, 31 de outubro de 2009

ESTE ANO - PF DESTRUIU 1,6 MILHÃO DE PÉS DE MACONHA NO SERTÃO


A Polícia Federal (PF) destruiu 413 mil pés de maconha, o equivalente a 137 toneladas, no Sertão de Pernambuco, durante os sete dias da quarta fase da Operação Catingueira, concluída esta semana. Só em 2009, a PF erradicou 1,6 milhão de pés da droga, impedindo que 549 toneladas fossem revendidas por traficantes a usuários.

Sessenta e cinco policiais federais, lotados em Pernambuco e outros seis Estados, participaram da caça a plantações de maconha no Sertão, entre 20 e 27 de outubro. Dezesseis cidades foram vasculhadas, entre as quais estão Salgueiro, Belém do São Francisco, Serra Talhada e Afogados da Ingazeira.

Para localizar as plantações, os agentes utilizaram dois helicópteros. Botes infláveis e jet-skis foram usados para chegar até ilhas do Rio São Francisco. Essa foi a última ação de grande porte contra a maconha promovida pela PF em 2009, quando foram realizadas operações em fevereiro, maio e agosto.

Só na última fase da operação da Polícia Federal foram destruídas 198 plantações. Além disso, foram apreendidos 696 quilos de maconha prontos para o consumo e 6.314 mudas da planta.

A ação resultou na instauração de 102 inquéritos contra traficantes, agricultores e donos das terras. A ajuda do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi importante na identificação dos proprietários, que podem perder os terrenos utilizados ilegalmente, por meio de ações expropriatórias impetradas pela Advocacia Geral da União.

A grande quantidade de apreensões de maconha no Sertão do Estado tem desestruturado quadrilhas de traficantes. “A gente percebe que, em virtude das operações, a oferta de maconha está diminuindo. Alguns traficantes acabam migrando para o tráfico de crack, que passou a ter grande incidência no Sertão”, disse o porta-voz da PF, Giovani Santoro. Outros criminosos passaram a fazer assaltos a postos dos Correios e lotéricas.

ALICIAMENTO

O cerco da polícia não é o único problema enfrentado pelos latifundiários da maconha. Os responsáveis pelo plantio, de acordo com a PF, também têm tido mais dificuldades para obter mão de obra.

“Há uma mudança, já que muitos daqueles agricultores humildes que eram aliciados passaram a trabalhar nas obras da transposição do Rio São Francisco, o que mostra que o trabalhador prefere emprego legal”, afirmou Giovani Santoro.

A tática dos traficantes para aliciar agricultores é pagar diárias de até R$ 50, cinco vezes mais do que ganhariam trabalhando em plantações comuns.

O pagamento mais alto é justificado pelo enorme lucro de quem investe no cultivo da droga. O traficante que gasta R$ 20 mil numa roça de maconha consegue colher, aproximadamente, 10 mil pés da droga, o equivalente a três toneladas, avaliadas em R$ 600 mil no atacado.

Fonte-JC

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