A queda de 13,6% no número de acidentes com mortes nas estradas federais, registrada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) nos últimos dois meses, a partir da entrada em vigor da Lei Seca, não é conseqüência do aumento da fiscalização, segundo o diretor-geral da PRF, Hélio Derenne. Ele atribiu parcela dessa redução à conscientização dos motoristas. “Gostaria de dizer que houve aumento, mas não houve aumento, não”, afirmou ele, durante entrevista coletiva na qual a PRF apresentou os dados de acidentes e infrações de trânsito no período de 20 de junho a 19 de agosto. “A fiscalização foi praticamente a mesma e houve essa redução não é somente a presença da polícia [que ajudou], mas a conscientização dos usuários nas rodovias [também contribuiu]”, completou Derenne. De acordo com os dados divulgados, o número de acidentes passou de 998 em 2007 para 862 em 2008, no período analisado. “Existia uma tendência [de crescimento no número de mortes] e com a lei, seja por conta dela, seja por conta de uma feliz coincidência, essa tendência freou”, disse o inspetor Alexandre Castilho, chefe da assessoria da PRF. O número de flagrantes de embriaguez cresceu 78,5%, sendo registrados 1.839 casos nos últimos dois meses, contra 1.030 no ano passado. O número de prisões saiu de zero para 1.223. Para a PRF, esse crescimento também não tem relação com algum aumento na fiscalização, mas com mudanças de critério, já que o índice aceitável de álcool no sangue diminuiu. Assim, quem não era pego na fiscalização mesmo tomando uma cerveja, hoje já pode perder a carteira de motorista. No entanto, o diretor-geral da PRF destaca que o índice de acidentes no Brasil ainda está de três a quatro vezes mais alto do que a média mundial. Para uma diminuição consistente nesses números, ele explica que várias ações terão que ser feitas. “A lei contribui, mas a conscientização dos motoristas com certeza contribuirá muito mais”, afirmou Hélio Derenne.
Por Ana Luiza Zenker
Agência Brasil
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