Os produtores e o mercado de sementes passam a contar, a partir de agosto, com um novo tipo de semente de feijão-comum do grupo mulatinho para o Nordeste. Identificada como BRS FS307, a semente será lançada no Semiárido Show 2023, uma feira de inovação tecnológica voltada para a agricultura familiar do semiárido brasileiro. A feira acontece de 1 a 4 do próximo mês, em Petrolina, no Sertão pernambucano.
Com vagens de cor amarela, grão de cor bege opaco e de formato reniforme plana (em forma de rim), a nova cultivar tem como destaque a maior produtividade quando comparada materiais como a BRS Agreste e BRS Marfim. Ela apresenta uma qualidade de grão superior e moderada resistência à antracnose e à murcha-de-fusário, importantes doenças no contexto do semiárido.
O potencial produtivo do novo feijão, obtido a partir da média dos cinco ensaios em que a cultivar apresentou as maiores produtividades, foi de 4.200 quilos por hectare. Essa estimativa demonstra que a cultivar tem potencial genético elevado e que, se o ambiente for favorável e existirem boas condições de cultivo, a produtividade pode ser alta.
Em 22 ensaios de campo, na época de semeadura das águas em Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Bahia, a nova semente apresentou produtividade média de 2.703 quilos por hectare, com 13,9% de superioridade quando comparada à média das testemunhas (2.409 quilos por hectare). Considerando cada um dos estados, a superioridade foi 9% na Bahia, 15,2% em Pernambuco, 12,9% em Sergipe e 16,9% em Alagoas.
O ciclo da emergência à maturação fisiológica é de 83 dias, sendo classificada comouma cultivar semiprecoce. Devido ao período de pós-colheita maior em relação às cultivares comuns do grupo carioca, espera-se que ela tenha um preço diferenciado no mercado, gerando maior renda ao pequeno produtor.
O pesquisador Luís Cláudio de Faria, da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás, GO), que vem atuando junto à Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) e coordenou o desenvolvimento da cultivar, explica que a BRS FS307 visa ampliar a participação das cultivares do grupo mulatinho no mercado brasileiro e fortalecer a cultura do feijão no Nordeste.
Fonte - Agência Embrapa
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