terça-feira, 11 de outubro de 2022

SEGUNDO TURNO - BOLSONARO AUMENTA LEQUE DE APOIO ENTRE PREFEITOS PELO PAÍS


Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ampliou o leque de palanques pelo Brasil. Ele recebeu, ontem, o apoio dos prefeitos de Manaus, David Almeida (Avante), e de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos). Os dois estiveram no Palácio da Alvorada e ressaltaram que caminharão com o chefe do Executivo no segundo turno.

David Almeida relatou que a questão sobre a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na Zona Franca de Manaus era um fator de divergência, mas que, após a reunião de ontem, "tudo ficou esclarecido". "No primeiro turno, eu não apoiei o presidente e agora vejo a necessidade do apoio, para que a gente possa avançar nas pautas da economia e, acima de tudo, na preservação do meio ambiente e dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus", discursou o prefeito. "Esse é o maior projeto de preservação ambiental da história da humanidade, que mantém em pé 97% da floresta de nosso estado. Tudo isso se deve aos investimentos na Zona Franca de Manaus, e nós mostramos a importância desse modelo de desenvolvimento. O presidente concorda. Hoje (ontem), tive a sinalização positiva de que, na sua reeleição, os nossos incentivos serão preservados, e a Zona Franca será fortalecida."

O prefeito de Manaus ainda frisou ter autonomia para dar aval a Bolsonaro, mesmo que seu partido apoie o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Comungo dos pensamentos dele, sou cristão, evangélico, desde que nasci, e defendo todos os princípios. O que estava divergindo era a questão da Zona Franca, e obtive todas as respostas necessárias", destacou. "E eu estou com ele desde 2015. O Avante caminha de um lado diferente, mas eu tenho minha autonomia dentro do partido para poder escolher aquele que vai governar o nosso país pelos próximos quatro anos."

Por sua vez, o prefeito de Sorocaba disse entender que a reeleição de Bolsonaro é o melhor caminho para o estado. "Alguns que não declaravam apoio explicitamente agora estão apoiando de fato, vestindo a camisa, entendendo que esse é o melhor caminho para o nosso país e para o nosso estado de São Paulo", sustentou Rodrigo Manga.

Bolsonaro afirmou que tem encontro marcado, hoje, com prefeitos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. "Continuamos fazendo as articulações. Estamos indo bem e acreditamos na vitória", ressaltou. Ele disse querer "hipotecar solidariedade e esperança de continuar tendo uma política sadia" com sua reeleição. "Agora, com votos somente de governador e presidente (nas eleições do segundo turno), esse apoio estará mais concentrado e, na ponta da linha, traduzido em mais votos para mim e para o Tarcísio", acrescentou, numa referência a Tarcísio de Freitas, candidato ao governo paulista. O presidente também caracterizou como importante a visita do prefeito de Manaus, por ser uma capital com "grande densidade eleitoral".

Ceilândia

Mais cedo, Bolsonaro esteve na Ceilândia. No local, gravou propagandas de campanha, cumprimentou apoiadores, comeu um pastel em um quiosque e criticou Lula. "Sempre estive no meio do povo, mesmo durante a pandemia. Passei por aqui no momento grave da pandemia, entrei na casa do povo. E, agora, a gente retorna. Pergunta para as pessoas humildes como viveram na pandemia, antes da pandemia, se acreditam que vão ter picanha todo domingo com cerveja em casa ou não", afirmou, em uma referência à declaração do petista de que o brasileiro precisar voltar a comer picanha e tomar sua cervejinha. "Falam que eu deveria oferecer coisas. Se vai cumprir ou não, vê depois. Eu mantenho a minha posição da verdade acima de tudo. Obviamente, não quero perder a eleição. Não é por mim, é o futuro do meu Brasil", completou.

Bolsonaro enfatizou que as medidas prometidas por Lula não passam de "mentira" eleitoral. "Relata-se que algumas pessoas querem que o governo resolva todos os seus problemas. Para eu dar alguma coisa para alguém, o presidente da República tem de tirar de outro lugar. Tem de tirar o coelho da cartola. As pessoas entendem. Algumas pessoas mantêm a posição, acreditam na picanha com a cerveja todo fim de semana. São as propostas, as mentiras que são muito comuns de acontecerem em razão das eleições", emendou.

Momentos antes de ir embora, o presidente afirmou o preço do diesel deve cair "em breve". "Reconheço que está alto, mesmo zerando os impostos federais. Já chegaram dois navios russos, não sei os preços. Não é a Petrobras, são importadores privados, e eles não comprariam da Rússia que não fosse um preço mais compensador", disse. "Nós pavimentamos esse terreno para que o diesel chegasse até aqui. Espero que comece a chegar com mais frequência e, brevemente, devemos sentir, também, a queda do preço do diesel. Caindo o diesel, a tendência da inflação é se manter lá embaixo", destacou.

No fim da tarde, Bolsonaro recebeu, na residência oficial, o pastor JB Carvalho. Hoje, a previsão é de que o presidente desembarque em Balneário Camboriú (SC). Ele também visitará Pelotas (RS). No feriado de amanhã, estão previstas viagens a Belo Horizonte e a Aparecida do Norte (SP).

Por Ingrid Soares - Correio Braziliense

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