Os técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluíram, nesta sexta-feira (13), a última rodada de testes públicos de segurança nas urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de outubro. De acordo com a Corte, os investigadores não conseguiram alterar votos, afetar a apuração ou fraudar qualquer tipo de contagem.
Em defesa à lisura das eleições, o TSE simulou os novos testes às urnas na última semana, para afastar a possibilidade ataques cibernéticos às máquinas. A análise já estava prevista, segundo o rito da Corte, mas ocorre em meio às críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro.
No mês de novembro, durante quase uma semana, especialistas em tecnologia da informação tentaram acessar o sistema das urnas para identificar possíveis falhas de segurança. O trabalho reuniu investigadores, hackers, programadores, representantes de universidades e peritos da Polícia Federal.
O processo é chamado Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS). Nele, os pesquisadores repetem cinco planos de exportação de vulnerabilidades do equipamento.
Falhas corrigidas
Os exercícios aplicados em novembro de 2021, fase anterior do ciclo de testes públicos das urnas, geraram sugestões de aperfeiçoamento das urnas, mas não apresentaram falhas em relação a possíveis ataques hackers.
Apenas cinco dos 29 "ataques" ao sistema conseguiram burlar alguma das barreiras de proteção do TSE. Nenhum deles chegou perto de acessar o sistema das urnas ou da apuração. Nesta última rodada, durante esta semana, foram resolvidas todas as cinco inconsistências encontradas pelos especialistas no processo colaborativo.
Mesmo com o risco descartado, o TSE informou ter corrigido as falhas apontadas pelo teste do ano passado. Nesta sexta-feira, os equipamentos já atualizados foram submetidos a novas avaliações dos investigadores.
Ataques
Desde que foi eleito, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores afirmam que as eleições de 2018 foram fraudadas e que a chapa teria ganhado em primeiro turno contra Fernando Haddad (PT). O chefe do Executivo chegou a sugerir que as Forças Armadas fizessem uma apuração paralela nas eleições deste ano.
Em transmissão ao vivo, em 29 de julho de 2021, Bolsonaro prometeu apresentar uma “prova bomba” sobre supostas fraudes em 2014 e 2016. No entanto, nunca apresentou nenhum fato concreto sobre o assunto e depois afirmou que tinha apenas indícios de supostas irregularidades e falhas nas urnas.
Por Luana Patriolino - Correio Braziliense
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