terça-feira, 20 de outubro de 2020

ARARIPINA - PATRULHA AMBIENTAL AJUDA A COMBATER INCÊNDIOS NA ZONA RURAL


Na tarde de sexta-feira (16/10) ocorreu um incêndio de grandes proporções no Sitio Jatobá, zona rural de Araripina – PE. 
A Patrulha Ambiental foi informada e com o apoio do agente de fiscalização da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), Carlos Gutemberg, dirigiram-se até o local, onde se depararam com um enorme incêndio florestal, que teve seu início nas proximidades da empresa Lafarge, alastrando-se por quilômetros, destruindo tudo em seu caminho. 

Munidos de alguns equipamentos de combate a incêndio como bombas costais, o agente da Patrulha Ambiental - Marquel Jacob, e seu colega, dispuseram-se a combater o incêndio em apoio ao corpo de bombeiros que já se encontrava no local. 
A ação foi dificultada por ter poucos brigadistas disponíveis para apoiar os Bombeiros, e no caso de grandes incêndios é necessário mais equipes treinadas e equipamentos à disposição dos combatentes. Na ocasião, a população local foi que se prontificou, sendo decisiva para o êxito no combate ao incêndio.
O bioma Caatinga, sofre essas consequências em sua forma plena, pois, além do desmatamento que ocorre com grande frequência para abastecer fábricas e indústrias na região semiárida, o agravamento vem sempre nos meses de julho a dezembro, que é quando se intensificam as queimadas (naturais ou criminosas em sua grande maioria) com os longos períodos de estiagem, baixa umidade relativa do ar, com altas temperaturas e a cultura das conhecidas “brocas” que nada mais é que a “queima ou limpeza do solo com o fogo” para o plantio do milho, feijão e mandioca, culturas que mais se adaptam na região, além do costume da queima dos resíduos (lixo) por parte dos moradores da zona rural. 

Ocupando 11% do território brasileiro, a Caatinga também apresenta grande potencial de uso sustentável de seus recursos naturais como madeiras, forrageiras, medicinais, fibras, resinas, borrachas, ceras, oleaginosas, alimentícias, aromáticas, além de sítios arqueológicos e paisagens consideradas ideais para o ecoturismo. 
A ONG Patrulha Ambiental Itinerante vem buscando junto às autoridades regionais através de publicações em blog, redes sociais, procurando jornalistas e diretamente com representantes de associações, a implantação de Brigadas de incêndios nos municípios da região, pois, através do trabalho desses profissionais seria possível uma diminuição significativa dessas ocorrências e consequentemente a redução dos impactos causados à fauna, flora e população atingida por esses incêndios. 
Sem contar que a saúde humana é afetada diretamente por essas queimadas, devido a fumaça proveniente delas conter diversos elementos tóxicos, como foi o caso dessa queimada, que segundo moradores, duas pessoas idosas, residentes no local do referido incêndio, tiveram que ser levadas para o atendimento médico, por terem inalado bastante fumaça. 
No domingo (18/10) os agentes ambientais Jeferson Lacerda e Marquel Jacob foram até o local para realizarem um levantamento da real situação e impacto causado na localidade, e na companhia do Sr. José Mendes – morador local, realizaram o percurso do início do incêndio, encontrando cenas de devastação da fauna e flora, se deparando com restos de colmeias e de favos de mel, com abelhas mortas, aves como carcará (Caracara plancus) e urubus (Coragyps atratus) realizando suas rondas e alimentando-se do que sobrou dos animais mortos. 

O senhor Mendes informou que com a ajuda de três agricultores, conseguiram evitar um dano maior, com a ajuda de uma bomba de “pulverização” evitaram a propagação de fogo que seguia na direção de uma lavoura de milho, que se encontrava totalmente seca, sendo um combustível perfeito para propagação do incêndio. 


Posteriormente os agentes foram procurados pelo Sr. Irimarque Alves – outro morador, que os conduziram até o apiário do Sr. Valneis Luiz Filho, que é proprietário de mais de 80 colmeias no Sitio Torre Grande, que, caso o incêndio tivesse chegado ao local das colmeias (questão de centímetros) teria um prejuízo de no mínimo R$ 24.000,00. Na conversa com os agentes, os agricultores estimaram que a área queimada tem aproximadamente 350 tarefas ou 106 hectares (já que estavam no final do incêndio). 

Essa situação como a que identificamos (as centenas de metros de cercas destruídas), são prejuízos causados pelo incêndio florestal que podem ser calculados, mas, quando falamos em vidas silvestres e flora, é que não conseguimos mensurar seu valor, pois, tudo faz parte de uma cadeia, são vidas, muitas vezes esquecidas. 


A coordenação da Patrulha Ambiental se põe à disposição para demais esclarecimentos, informando que existe em toda a região do Araripe, profissionais capacitados através de curso ministrado por equipe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais - PREVFOGO que são responsáveis pela política de prevenção e combate aos incêndios florestais em todo o território nacional, incluindo atividades relacionadas com campanhas educativas, treinamento e capacitação de produtores rurais e brigadistas, monitoramento e pesquisa. 
A título de esclarecimento, o comandante do Corpo de Bombeiros de Araripina – Major Vieira de Melo, informou que foi enviado ofício para todos os municípios que compõem o 10º Grupamento de Bombeiros, solicitando reuniões com servidores das agências municipais de meio ambiente e de agricultura para discutir a problemática dos incêndios e ações que possam ser realizadas visando a redução desses incêndios na região. 

Fotos: Carlos Gutemberg 
Foto: Tadeu do Sitio Jatobá 
Fotos: Patrulha Ambiental 
Imagens: Google 
Fonte: https://www.mma.gov.br/ 
Fonte: https://www.noclimadacaatinga.org.br/ 
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil 
Fonte: www.gov.br/ibama

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