Apenas em abril, os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) aumentaram 3,2%, em Pernambuco, quando o mês é comparado com o mesmo período do ano passado. Ao todo, 320 mortes violentas foram notificadas este ano, contra 310 em abril de 2019. Assim, nos quatro primeiros meses de 2020, o Estado soma um total de 1.311 vítimas, número 8,6% maior que as 1.207 do intervalo entre janeiro e abril do ano passado.
"O tráfico de drogas continua sendo a grande motivação dos homicídios, e ainda mais. Em não havendo o pagamento das dívidas de entorpecentes, por meio de roubos e furtos de objetos como os celulares, o preço cobrado é a vida. Estamos enfrentando um cenário de vulnerabilidade social, em que todo o efetivo de segurança está se desdobrando para proteger a população do avanço da Covid-19 e garantir a ordem e a paz social. Já mapeamos essa atuação de grupos criminosos e estamos atacando a raiz do problema para retomar a queda dos CVLIs, assim como temos mantido a longa curva descendente dos roubos e furtos no Estado. Quem tirou a vida de alguém, se ainda não foi capturado, será em breve. É também importante ressaltar que, em um panorama nacional de significativo aumento da violência, em alguns estados acima de 50%, Pernambuco tem mantido registros próximos aos de 2019, quando houve uma importante redução em todos os seus meses", contextualiza o secretário Antonio de Pádua.
Os municípios que compõem o Agreste e o Sertão, na contramão, terminaram abril com redução no número de crimes contra a vida. Enquanto no Agreste a queda chegou a 10,13% (caindo de 79 mortes em 2019, para 71, neste ano), o Sertão apresentou retração de 2,86% (35 assassinatos no ano passado, contra 34, em 2020). Já a Zona da Mata manteve os números de CVLI inalterados, com 72 crimes do tipo nos dois anos. Na Região Metropolitana do Recife (exceto a Capital), ocorreram 8,14% a mais de mortes (de 86, em 2019, para 93). Quando analisada apenas a capital, que somou 50 homicídios, no mês passado, o aumento chegou a 31%. No ano passado, haviam sido 38 casos.
Violência contra a mulher
Entre os crimes praticados contra a mulher, as forças de segurança registraram uma redução de 25,45% nas queixas de violência doméstica. Por sua vez, os estupros caíram 27,57%. No primeiro caso, computaram-se 3.466 denúncias em abril do ano passado, contra 2.584 queixas registradas no deste ano. Já em relação aos estupros, 134 mulheres fizeram denúncias às policiais no mês passado, contra 185 em abril de 2019. Quanto aos feminicídios, houve 7 em abril passado. No mesmo período de 2019, haviam sido 4 mortes, um aumento de 75%.
"É fundamental reforçarmos a importância da denúncia que deve ser feita de imediato e de forma presencial, para que se realizem exames e perícias, a exemplo da traumatológica e da sexológica, de modo a comprovar o crime e responsabilizar judicialmente o agressor. Sabemos que a quarentena em que nos encontramos é um momento difícil para as vítimas, mas fazer o boletim de ocorrência é importante. Somente assim as autoridades podem frear o ciclo progressivo da violência doméstica, evitando os feminicídios. É preciso vigilância constante, não apenas por parte de profissionais da área, mas de amigos, vizinhos e todos aqueles que, de alguma forma, tomam conhecimento do sofrimento de mulheres nas mãos de agressores [UTF-8?]covardesâ€, afirma a delegada Julieta Japiassu, gestora do Departamento da Mulher da Polícia Civil de Pernambuco (DPMul).
Ação da Polícia
Pernambuco conta com Delegacias da Mulher em Santo Amaro (Recife), Prazeres (Jaboatão dos Guararapes), Cabo de Santo Agostinho, Paulista, Vitória de Santo Antão, Goiana, Caruaru, Surubim, Afogados da Ingazeira, Garanhuns e Petrolina. Onde não houver uma unidade especializada, a população pode procurar qualquer delegacia de plantão da cidade para formalizar a ocorrência. Importante recado em tempos de novo coronavírus: a Polícia Civil incluiu uma série de crimes no rol dos delitos que podem ser registrados por meio da Delegacia pela Internet (no site www.sds.pe.gov.br), mas isso não vale para casos que envolvam agressões físicas e sexuais. Denuncie, informe-se sobre a rede de proteção por meio da Ouvidoria Estadual da Mulher, no fone 0800-281-8187. Em situação de emergência policial, ligue para o 190.
No mês passado, as Polícias Militar, Civil e Científica foram responsáveis pela prisão de 78 acusados de CVLI em flagrante delito. Outros 55 acabaram presos por força de mandados de prisão, totalizando 133 delinquentes presos em apenas um mês.
Fonte - Diário de Pernambuco
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