Coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol discutiu a criação de uma empresa para organizar eventos e palestras, e lucrar com a fama conquistada durante as investigações dos casos de corrupção. Pelo menos foi o que informou o jornal Folha de S. Paulo, com base nas mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil.
Nas novas mensagens divulgadas, um grupo no aplicativo Telegram, criado em dezembro de 2018, mostra Deltan e seu colega de força-tarefa Roberson Pozzobon discutindo formas de lucrar com o prestígio conquistado durante a Operação Lava Jato. Ambos cogitaram uma estratégia de criar um instituto e obter elevados cachês, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
As mensagens indicam que o procurador usou os serviços de duas funcionárias da Procuradoria em Curitiba para organizar sua atividade pessoal de palestrante no decorrer da Lava Jato. As conversas mostram também que Deltan incentivava outras autoridades ligadas ao caso para realizar palestras remuneradas, entre elas Sergio Moro.
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Cerca de três meses antes de iniciar o grupo para discutir a abertura da empresa, Dallagnol informou a esposa sobre a lucratividade das palestras apurada até setembro de 2018. “As palestras e aulas já tabeladas neste ano estão dando líquido 232k (R$ 232 mil). Ótimo… 23 aulas/palestras. Dá uma média de 10k (R$ 10 mil) limpo”, escreveu.
Vale lembrar que a lei brasileira proíbe que procuradores gerenciem empresas. Permite apenas que essas autoridades sejam sócias ou acionistas de companhias. Além disso, Deltan, sempre que questionado sobre a sua atividade como palestrante, enfatizou que grande parte dos recursos haviam sido destinados a entidades filantrópicas ou de combate à corrupção.
Nas trocas de mensagens, no entanto, os procuradores discutem como tornar os negócios mais lucrativos. Em fevereiro de 2019, Deltan propôs que a empresa fosse aberta em nome das mulheres deles, e que a organização dos eventos ficasse a cargo de Fernanda Cunha, dona da firma Star Palestras e Eventos, para evitar problemas legais.
Fonte - Portal FolhaPE
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