O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou os microdados locais relacionados ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019. A edição deste ano teve 5.095.382 de inscritos em todo o país, o menor número de candidados desde 2010. Desses, 275.327 são de Pernambuco. No ano passado, foram 307.320 inscritos. Entre a última edição e esta, houve uma queda de 10% (31.993 a menos) no número de participantes. As provas deste ano serão realizadas nos dias 3 e 10 de novembro, primeiro e segundo domingos do mês.
Do total de inscritos de Pernambuco, 162.251 (58,9%) são do sexo feminino e 113.076 (41,1%), do sexo masculino. Em relação à faixa etária, 8.324 (3%) têm menos de 16 anos; 23.768 (8,6%) têm 16 anos; 46.234 (16,8%) informaram ter 17 anos; 43.925 (16%) afirmaram ter 18 anos; 29.973 (10,9%) têm 19 anos; 20.760 (7,5%) têm 20 anos; 71.713 (26%) preencheram a inscrição informando ter entre 21 e 30 anos; 30.123 (10,9%) tem de 31 a 59 anos e 507 (0,2%) informaram ter 60 anos ou mais.
Entre os inscritos no estado, predomina a quantidade de candidatos que informaram ser da cor parda (145.916 pessoas ou 53% do total), seguido da cor branca (78.407 candidatos ou 28,5%). Outros 32.787 (11,9%) informaram ser da cor preta; 7.870 (2,9%), amarela; 3.688 (1,3%) de indígenas e 6.659 (2,4%) não declararam a cor.
Em relação à situação escolar, 164.843 candidatos (59,9% do total) informaram já ter concluído o ensino médio. Outros 73.239 (26,6%) disseram estar cursando a última série/ano no ensino médio. Já 36.525 (13,3%) afirmaram estar cursando o ensino médio, mas não concluirá no ano letivo de 2019. Um grupo de 720 (0,3%) candidatos disse não estar cursando e não ter concluído o ensino médio.
As cinco cidades pernambucanas com mais inscritos no Enem 2019 foram Recife, com 62.380 candidados, ou seja, 22,7% do total. Em seguida, aparece Petrolina, com 15.570 (5,7%) participantes; seguida de Jaboatão dos Guararapes, com 14.073 (5,1%); Caruaru, com 12.821 (4,7%) e Olinda, com 10.915 (4%).
Na visão do idealizador da Fábrica D e professor de química e física, Alexandre Azevedo, o aumento no valor da taxa de inscrição, a instabilidade gerada pelo novo governo e os comentários a respeito do destino da prova colaboram para deixar vários alunos muito apreensivos. "As últimas provas do ENEM apresentaram um nível de dificuldade bem diferente daquele da prova lá dos idos de 2009, quando o novo sistema de avaliação foi implementado. Embora as questões ainda sejam contextualizadas, o nível das questões é atualmente mais alto. Com isso, o aluno se sente um pouco perdido no que seria a melhor forma de fazer a prova, fazendo com que os estudantes com menor base achem que aquilo não é pra eles, que não são capazes de conseguir, principalmente aqueles que desejam as carreiras mais concorridas", diz.
Segundo ele, muitos alunos se veem confusos quanto ao método de atribuição de notas empregado pelo TRI, não encontrando uma explicação precisa do funcionamento do mesmo. "Com isso, após uma prova longa e cansativa, eles não têm uma precisa noção de como se saíram na prova. É preciso esperar mais alguns meses pelo SISU. É claro que isso depende da carreira e faculdade almejadas pelo aluno e nem sempre é necessária uma alta pontuação para entrar em dado curso. No entanto, juntar a pressão do vestibular com comentários de que talvez a faculdade pública já não seja tão gratuita, boatos de mudanças no formato e aumento da inscrição acabam sempre desanimando as pessoas que são mais humildes e que teriam, por exemplo, que deixar de trabalhar para estudar. As primeiras edições do ENEM eram bem menos conteudistas em exatas, principalmente, o que hoje já não é verdade. Ainda temos questões de regra de três, porcentagem, análise de gráficos, mas também já aparecem questões de assuntos que assustam os alunos que não curtem essas matérias", complementa Alexandre Azevedo.
Fonte - Diário de Pernambuco
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