sábado, 6 de abril de 2019

REFORMA DA PREVIDÊNCIA - GUEDES DEFENDE CAPITALIZAÇÃO PARA A CRIAÇÃO DE "MILHÕES DE EMPREGOS"

Campos de Jordão (SP) — Recebido ontem como um “herói” por empresários e governadores, no Fórum Empresarial do Grupo Lide, o ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveitou o ambiente de acolhimento para defender a reforma da Previdência. Em clima bem distinto do encontrado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, na quarta-feira, o economista voltou a defender o regime de capitalização, a necessidade de privatizações e a boa relação com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), para viabilizar a aprovação do projeto no Congresso. Ambos os parlamentares estavam com Guedes durante a apresentação do painel sobre as mudanças na aposentadoria.

“Se as principais lideranças do país estão comprometidas com a reforma, eu vou ter medo de quê? Vou tratar com um certo desrespeito quem me desrespeitou? São rumores, acontece”, comentou. A declaração foi sobre o episódio em que foi chamado por Zeca Dirceu (PT-PR) de “tchutchuca”, quando lidava com privilegiados, e “tigrão”, ao tratar dos aposentados. A fala do deputado fez com que a audiência pública na Câmara chegasse ao fim e, no embate direto, o economista respondeu: “É a sua avó, é a sua mãe”. “Tem uma minoria barulhenta que fica batendo bumbo e acha que política é aquilo ali”, criticou Guedes.

O ministro destacou ainda o apoio que recebe de Maia e de Alcolumbre, além da liberdade que o presidente Jair Bolsonaro lhe tem dado para seguir com o plano econômico. Sobre a economia de R$ 1 trilhão com a reforma, disse que os apoiadores do texto “vão atacar de frente”. “Quem está envolvido nesta reforma, como nós estamos, a luta é pela preservação do sistema previdenciário, pela possibilidade de continuar pagando, e já temos casos de estados que não estão pagando nem a Previdência nem os salários.”

Guedes, contudo, reconhece que pontos do projeto já estão praticamente alterados pelos parlamentares, que analisam, atualmente, a constitucionalidade do texto na CCJ e, posteriormente, o mérito dela na Comissão Especial. Entre os itens que devem ser modificados estão o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria rural.

Capitalização

Apesar de a capitalização também ter causado rebuliço entre os parlamentares, o economista voltou a defendê-la. “Vamos criar empregos e podem ser milhões de empregos rápidos, se formos para a Previdência nova, por causa da desoneração dramática dos encargos trabalhistas”, frisou.

Além da reforma da Previdência, o ministro afirmou que, em 30 dias, vai divulgar um pacote para ajudar os estados — um plano emergencial para melhorar a situação dos cofres regionais. A reforma tributária, próximo projeto a ser abraçado pelo governo Bolsonaro, também deve ser encaminhada ao Congresso depois da aprovação da reforma que altera as regras de aposentadoria e as privatizações. Segundo Guedes, se 20% ou 30% das estatais forem vendidas, já está “ótimo”. “Estou absolutamente seguro e confortável de que vamos fazer isso”, declarou.

Ao lado de Guedes no palco, Maia disse que ao menos 20 estados poderão terminar o ano sem condições de pagar salários de servidores e benefícios de aposentados e pensionistas, caso o país não faça a reforma. Para o deputado fluminense, se as pessoas não entendem o que é a proposta, se há dúvidas sobre temas como a idade mínima, é preciso que o governo dê todas as explicações necessárias. Alcolumbre também pediu mais engajamento de Bolsonaro na articulação pela reforma. Na quinta-feira, o chefe do Planalto iniciou conversas com presidentes dos partidos e dará continuidade, na semana que vem, com lideranças.

Aportes individuais

No sistema de capitalização sugerido por Guedes, os trabalhadores teriam contas individuais de aposentadoria abastecidas por aportes individuais também. Assim, os empresários deixariam de contribuir para o sistema na folha de pagamento.

“Vamos criar empregos e podem ser milhões de empregos rápidos, se formos para a Previdência nova, por causa da desoneração dramática dos encargos trabalhistas” - Paulo Guedes, ministro da Economia.

Fonte - Diário de Pernambuco

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