Tenso, intenso e extenso. De acordo com a astrologia tradicional, essas são as palavras-chaves para compreender como será o ano de 2019, um ano marcado pelo excesso de "ocultação". Em síntese, um fenômeno em que a Lua encobre um planeta. As tendências para o período serão esmiuçadas na 38ª edição do Stellium, evento astrológico considerado um dos mais antigo das Américas e realizado neste domingo, a partir das 19h, no Teatro de Santa Isabel, Centro do Recife, com entrada gratuita. A palestra será comandada astrólogo profissional Eduardo Maia, criador do encontro e também responsável por comandar a Academia Castor & Pólux, no bairro de Casa Forte.
A Lua ocultará os planetas 38 vezes neste ano, fazendo com os astros que não sejam vistos pelos habitantes da Terra. "Quando isso acontece são interrompidas todas as energias positivas que aquele astro poderia transmitir para os humanos, restando apenas as negativas. Serão 38 ocultações ao todo. Desde que comecei a estudar, nunca vi tantas", admite o astrólogo.
Para se ter uma ideia de como esses movimentos irão impactar a humanidade, Eduardo detalha as características dos dois planetas mais atingidos: Saturno e Plutão, cada um com 14 ocultações. "O lado positivo de Plutão é a transformação, a regeneração, da mudança que temos que fazer. No negativo ele é o regente dos infernos, então vira perversidade, selvageria e uma capacidade bem destrutiva. A raiva tende a atacar as pessoas e isso se multiplica para outras, então todo mundo sente", explica.
Saturno, por sua vez, traz qualidades relativas à construtividade, amadurecimento pessoal e capacidade de controlar as emoções e desejos. Nas fases ocultas, estará ligado unicamente a sentimentos de crueldade, exigência descabida e inadequação. "Esses fenômenos vão gerar um clima de mal-estar, como se as pessoas se sentissem inúteis. Também há uma agressividade muito grande quando as pessoas discordam. Isso tudo ocasiona esse selvageria que vemos nas redes sociais, por exemplo. Parece que as pessoas precisam destruir não apenas o que as outras pensam, mas também o que elas representam", continua.
Maia ainda explica que Saturno e Plutão são os mais atingidos porque estão prestes a realizar uma conjunção na casa de Capricórnio, um fenômeno raro e que será concretizado no ano que vem para acarretar transformações no mundo.
Foto: Ricardo Fernandes/DP
Na palestra do Stellium, Eduardo dará orientações para lidar com essa realidade, sobretudo o que ele chama de "catábase" - palavra que significa "descida aos mundos inferiores". "Esse período fará com que cada um desça para que possa se transformar e poder exigir dos outros, inclusive das pessoas que estão no poder. É uma descida importante porque contribui para transformar e melhorar a vida, que está sempre em metamorfose". Em palavras mais técnicas, caso indivíduo não faça essa catábase (descida), ele não conseguirá fazer uma anábase (que propõe subida, evolução) para 2020.
Maia iniciou o evento em 1982, quando previsões astrológicas de concentração planetária apontavam para catástrofes no Recife e em outras capitais do Nordeste. O primeiro evento foi sediado na extinta Livraria Síntese, na Rua do Riachuelo, com sessões lotadas. O êxito estimulou na realização anual e ininterrupta, sempre no dia 6 de janeiro - data em que se comemora o Dia dos Reis Magos e o Dia do Astrólogo, simultaneamente.
“Hoje existe uma ansiedade da sociedade do consumo em saber rapidamente o que vai acontecer, mas o que a astrologia tradicional propõe não é isso. Trata-se de uma ciência dos ciclos, que tem por finalidade a busca da harmonia e na evolução emocional do indivíduo”, ressalta Eduardo, que também é professor de astrologia, pesquisador e conferencistas nas áreas de simbologia, mitologia e artes. Durante a palestra, ele usará recursos como projeções, poesias e quatro trechos de filmes, tudo sempre ligado ao contexto das tendências astrológicas.
POSITIVO
Apesar das tendências instáveis para 2019, Eduardo Maia cita que no final do ano (mais especificamente em novembro) acontecerá um evento positivo. Mercúrio fará um trânsito na frente do Sol, o que a astrologia chama de cazimi - palavra árabe que significa “coração do sol”. “Isso vai gerar uma predisposição para o estudo e iluminação da mente. Através disso podemos melhorar nossa capacidade de compreensão, estudo e comunicação com as pessoas. É positivo para a transformação que todos nós devemos fazer nesse ano".
BRASIL
O panorama feito por Eduardo Maia abrange todo o mundo. Os aspectos das ocultações podem impactar, por exemplo, na questão dos imigrantes nos Estados Unidos e na ascensão da nova direita populista pelo globo. No entanto, também existe um mapa específico para o Brasil. O método de elaboração desse mapa é igual ao dos humanos - feito com a data de aniversário, que no caso do Brasil é independência em 7 de setembro de 1822.
Segundo o astrólogo, o destaque entre as posições no mapa do país é um enquadramento entre entre Júpiter (que nesse caso representa o poder) e Mercúrio (cultura, comunicação e processos de aprendizagem). “Existe no Brasil uma discordância entre autoridade e inteligência. É como se houvesse uma crise entre o mundo da cultura e da educação com o poder, principalmente pela forma como a cultura tem sido repassada”, explica Eduardo.
Isso, segundo ele, existia em 2018, mas agora vem mais forte com um novo governo. "Vão existir discussões para apontar o que é inteligência ou não é, envolvendo a Escola Sem Partido e até mesmo o ensino a distância, ambas ferramentas que tornam o ensino algo mecânico", exemplificou. Apesar desse conflito, ele ressalta que o "cazimi" também pode ser positivo para o país.
Fonte - Diário de Pernambuco
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