O ex-governador do Espírito Santo, Gerson Camata, 77, foi morto a tiro na tarde desta quarta-feira (26) no bairro da Praia do Canto, em Vitória. Ele recebeu um tiro no pescoço, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O autor dos disparos, Marcos Venicio Moreira Andrade, 66, foi preso no local do incidente por policiais militares que estavam de folga. Em depoimento à polícia, ele confessou o crime.
Andrade foi assessor de Camata durante mais de 20 anos e era alvo de uma ação judicial movida pelo ex-governador. Por causa desta ação, Andrade teve R$ 60 mil bloqueados em uma de suas contas bancárias. Em depoimento, ele afirmou que foi tirar satisfações do ex-governador ao encontrá-lo em uma rua na Praia do Canto, bairro onde Camata morava. Após uma discussão verbal, o ex-assessor sacou uma arma e disparou contra o ex-governador.
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A arma do crime - que não tinha registro- já foi recolhida pela polícia e será periciada. Andrade está sendo ouvido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. Em entrevista à imprensa, o secretário da Segurança Pública do Espírito Santo, Nylton Rodrigues, lamentou o crime, mas destacou o avanço das investigações. "Rapidamente, a polícia deu a resposta, prendeu o agressor. O autor do crime já confessou o crime", afirmou.
Em nota, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (sem partido), lamentou a morte de Camata, classificando o crime como bárbaro e decretou luto oficial de sete dias no estado. "Gerson foi o primeiro governador eleito no nosso Estado no período de redemocratização do país. Fez um governo realizador e que entrou para a história dos capixabas. O Espírito Santo perde uma de suas principais lideranças", afirmou.
Gerson Camata foi governador do Espírito Santo entre 1983 e 1986 pelo PMDB. Também exerceu três mandatos consecutivos no Senado, entre 1987 e 2011. Formado em economia, Camata ganhou projeção como jornalista. Foi como apresentador da rádio Cidade de Vitória, onde comandava o programa Ronda da Cidade. Começou a carreira política em 1967 como vereador em Vitória. Em 1971, assumiu uma cadeira de deputado estadual. Entre 1975 e 1983 foi deputado federal.
Na sua gestão frente ao governo do Espírito Santo ficou marcada pela construção de rodovias em cidades do interior do estado, o que lhe rendeu a alcunha de "governador das estradas". Camata era casado com a ex-deputada federal Rita Camata, que, em 2002, foi candidata a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB). Desde 2011, não disputava cargos eletivos, mas atuava nos bastidores. Este ano, atuou na campanha do senador Ricardo Ferraço, que disputava a reeleição para o Senado, mas não obteve sucesso.
Da Folhapress
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