O Procon-PE emitiu ontem terça-feira (12) uma notificação pedindo à Petrobras celeridade no atendimento às companhias distribuidoras de gás de cozinha, em Pernambuco. Mais de dez dias após o fim da greve dos caminhoneiros, que limitou o fluxo de caminhões que transportam os botijões do Porto de Suape, no Grande Recife, moradores continuam enfrentando grandes filas e falta de estoque nas distribuidoras.
O prazo dado à estatal para responder aos questionamentos é de até 72h. De acordo com o órgão, 71.104 mil botijões de gás liquefeito de petróleo (GLP) ficaram parados, por dia, durante a greve, o que causou uma demanda reprimida de 639 mil produtos durante o período.
As distribuidoras, por sua vez, denunciam que não estão conseguindo normalizar o atendimento à população por causa da Petrobrás. Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), há um excedente de gás no Rio de Janeiro e no Espírito Santo que poderia suprir a demanda de Pernambuco.
Por meio de nota, a Petrobras afirmou que "as vendas de GLP encontram-se acima do compromissado com as distribuidoras para o mês de junho e que as entregas se encontram normais nos diversos pontos de fornecimento do país".
A estatal diz, ainda, que "os estoques da Petrobras desse produto a nível nacional são equivalentes aproximadamente nove dias de consumo do país" e, em Pernambuco, "a Petrobras está entregando gás de cozinha durante as 24 horas do dia para as distribuidoras em Ipojuca [no Grande Recife], tendo disponibilidade de estoque em navios no Porto de Suape equivalente a 40 dias de entrega local".
Recomendação
Além de notificar a Petrobras, o Procon-PE também emitiu uma recomendação, também nesta terça (12), para que as empresas revendedoras limitem-se a comercializar uma unidade por pessoa dos botijões de 13 quilos.
Além disso, segundo o órgão, os preços dos produtos devem ser fixados em locais visíveis ao consumidor, contemplando informações como disponibilidade, data prevista de recebimento e quantitativo disponível para venda. Irregularidades podem ser autuadas criminalmente pela Delegacia do Consumidor.
O preço médio estipulado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) é de R$ 65 e os estabelecimentos que foram flagrados vendendo o botijão a valores exorbitantes também podem ser autuados.
Com um custo médio de R$ 65 no Grande Recife, os botijões de gás não têm sido encontrados com facilidade devido ao abastecimento irregular. A reportagem da TV Globo flagrou comerciantes que começaram a cobrar preços abusivos diante da dificuldade que os consumidores têm tido para comprar o produto.
Segundo o Procon-PE, os preços abusivos são ilegais e a população pode fazer denúncias na internet ou pelo número 0800.282.1512. A ligação é gratuita. A fiscalização também foi ampliada para coibir práticas que causem prejuízo aos consumidores.
Desabastecimento
Nos locais onde chega gás de cozinha, os botijões de 13 quilos passam poucas horas no estoque, por causa das longas filas que se formam em frente aos estabelecimentos. No sábado (9), em muitos pontos de venda, o produto sequer chegou para revenda. Com isso, o carvão vem sendo vendido nesses locais como alternativa para cozinhar.
Do G1/ Petrolina
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