Testes em humanos da vacina contra a zika no Brasil podem começar ainda no fim do próximo mês de junho. O imunizante em questão é o que está sendo estudado conjuntamente pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, e uma universidade do Texas, nos Estados Unidos. O produto que começou a ser desenvolvido em abril de 2016, e já está na fase de experimentação em macacos. A fase de avaliação com os primatas tem previsão de conclusão daqui a quatro meses, em maio.
O presidente do Instituto Evandro Chagas, Pedro da Costa, explicou que várias outras instituições nacionais estão na corrida por tornar a vacina viável e segura, a exemplo de equipes da Fiocruz no Rio de Janeiro e Recife, além da USP de São Paulo.
No cenário internacional, inciativas também acontecem por parte do Instituto Pasteur, que primeiro conseguiu desenvolver a vacina para dengue no mundo. Contudo, segundo informações dele, o imunizante do IEC está mais adiantado. Costa ainda destacou que a vacina pensada pelo Evandro Chagas tem diferenças em relações a outras estratégias. “As outras são vacinas com outras abordagens e que precisariam de mais de uma dose, duas, ou três doses, e talvez até com reforços a cada cinco anos. A nossa proposta é de desenvolvimento de uma vacina que possa com uma única dose proteger para o resto da vida”, afirmou em entrevista a Radioagência EBC, na quarta (25).
O imunizante utilizará o vírus atenuado (vivo, mas enfraquecido). Inicialmente, o público alvo da proteção serão mulheres em idade fértil. A expectativa é que a vacina seja liberada em dois anos. Para avaliar a segurança e eficácia de uma imunizante são feitos vários estudos clínicos que compreende as fases pré-clínica, I, II e III. Tradicionalmente os testes em humanos iniciam-se na fase I, com um grupo pequeno de pessoas sadias. Esta etapa serve para verificar a segurança e imunogenicidade, que é a capacidade de induzir e reagir resposta imunológica. A fase II e a III podem levar entre quatro e oito anos.
Da Folha de Pernambuco
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