sábado, 8 de outubro de 2016

BANCÁRIOS - FUNCIONÁRIOS DA CAIXA APROVAM MAJORITARIAMENTE O FIM DA GREVE


Com apenas 10 votos contrários e duas abstenções, o fim da greve da Caixa Econômica Federal (CEF) é confirmado por ampla maioria dos bancários. A deliberação foi retirada pela categoria em assembleia realizada no Sindicato dos Bancários de Pernambuco, na noite desta sexta-feira(7). Estima-se a participação de mais de 300 trabalhadores. Com a decisão, todos os bancos voltam a operar normalmente no Estado de Pernambuco, a partir da próxima segunda-feira.

Desde ontem, os bancos privados, Banco do Brasil(BB), Banco do Nordeste do Brasil(BNB), Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) votaram majoritariamente pelo fim das paralisações.

De acordo com a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, a posição da Caixa de inicialmente rejeitar a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) simboliza a insatisfação de toda a categoria. “Jamais se pode afirmar que é este o acordo ideal, mas foi o possível diante da conjuntura adversa que pesa sobre os trabalhadores”, avalia. Ela destaca que exatamente por esse contexto de crises política e econômica, será exigido dos trabalhadores mais resistência contra o retrocesso de direitos. “A greve acabou, mas a luta continua firme por melhores condições de trabalho, pela garantia dos empregos, pela autonomia dos bancos públicos e por uma economia justa e Solidária”, prospecta.

Após 30 dias de paralisação e 10 rodadas de negociação, a oferta da Febaban para o ano corrente consiste em reajuste de 8%; abono de R$ 3.500,00; 15% no vale-alimentação; 10% no vale-refeição; 10% no auxílio creche-babá; licença paternidade de 20 dias; abono integral dos dias parados e garantia de emprego através da realocação e requalificação de funcionários. Para 2017, garantia de reajuste conforme Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) e mais 1% de aumento real nos salários e em todas as verbas.

Para o Comando, a campanha de 2016 foi a mais difícil da história da categoria em razão das adversidades políticas econômicas com ameaças graves aos direitos dos trabalhadores, mas, também uma das mais gloriosas batalhas. Inicialmente, os banqueiros tentaram impor um modelo copiado da década de 1990 com redução dos salários e elevação dos lucros líquidos do setor financeiro. Apresentaram assim um reajuste de 6,5% e depois aumentaram pifiamente para 7%. Os trabalhadores rejeitaram a oferta e intensificaram a greve que chegou a ser a maior desde 2004 em mobilização e em número de dias paralisados. No Estado de Pernambuco atingiu-se o patamar de 98% de agências fechadas e no Brasil quase 60% durante um mês de paralisação.
Considerando o quadro acima, o Comando Nacional de Greve conseguiu assegurar alguns pontos de pauta prioritários. Assim, resistiu ao velho modelo de acordo da década de 1990 que reduzia os salários dos trabalhadores e elevava o lucro das empresas. Também garantiu a defesa do emprego através da criação de um Centro de Realocação e Requalificação Profissional nos bancos cuja finalidade é qualificar e realocar funcionários ameaçados pela reestruturação evitando assim as demissões. Sobre os dias parados durante a greve, a Fenaban insistiu na compensação de todos, sem prazo limite. Mas o Comando não aceitou a postura dos banqueiros e conseguiu a inédita vitória de abono integral. Os paredistas também conseguiram garantir a licença-paternidade de 20 dias, conforme lei sancionada neste ano, durante o governo da presidenta Dilma Rousseff.

Da Tempus Comunicação para o Blog do Fredson

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