A conta de luz vai cair a partir de julho. De R$ 190 milhões a R$ 200 milhões serão economizados porque será acionado um número mínimo de usinas térmicas, que produzem energia a um preço mais elevado do que as hidrelétricas. Com a recuperação dos reservatórios e a queda do consumo, será possível abrir mão das térmicas e o preço de venda da eletricidade volta a ser o principal critério de definição das usinas que devem ser interligadas à rede nacional de transmissão.
Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, os consumidores serão beneficiados nas datas de revisão tarifária das suas distribuidoras de energia. Cada uma das distribuidoras tem uma data no ano em que definem com a agência reguladora a tarifa de energia a ser paga pelo consumidor nos 12 meses seguintes.
Nesse processo, é considerado o custo da tarifa que pagam às usinas geradoras. Quanto menos térmicas forem acionadas, menor o valor do megawatt-hora e a conta de luz. A Eletropaulo, distribuidora de São Paulo, revisará a tarifa em julho e já deve considerar no cálculo a queda do custo da energia.
Light, do Rio, passará pelo mesmo processo em novembro. Mas o consumidor só deve perceber a retração da conta, de fato, no ano que vem, segundo Luiz Eduardo Barata, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo ele, somente após um período mais longo de preços de venda de eletricidade mais baixos a redução tem efeito sobre o custo das distribuidoras e a conta de luz. Barata assumiu o ONS na última terça-feira (17), depois de deixar o Ministério de Minas e Energia.
Na primeira reunião que coordenará, para definir as usinas que serão acionadas para cobrir a demanda de eletricidade em junho, vai indicar a retomada do método que prioriza o critério preço, conhecido no setor como “despacho por ordem de mérito”. “Muitas vezes, por uma questão de responsabilidade, o ONS ignora o que indica o modelo (de preço) e despacha um número maior de térmicas“, disse ele.
O cenário atual, porém, permite abandonar essa prática. O operador já vem optando, gradativamente, por acionar cada vez mais hidrelétricas, o que permitiu reduzir a tarifa de energia e chegar à bandeira verde da conta de luz. Ainda assim, o número de térmicas interligadas ao sistema é superior ao ideal. Ao todo, 7,5 mil megawatts (MW) de capacidade térmica estão sendo acionados mensalmente pelo operador. A perspectiva, a partir de agora, é limitar o volume a 3,5 mil MW, quase à metade.
Fonte: O Estadão Conteúdo
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