O prefeito de Petrolina, Julio Lossio, assistiu na manhã deste domingo (17) em Roma, na Itália, à cerimônia de canonização da Madre Jeanne Emilie de Villeneuve, celebrada pelo papa Francisco.
Fundadora da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Castres, Emilie teria feito um milagre que salvou a vida da menina Emilly Maria de Souza (foto), em maio de 2008. À época ela tinha apenas nove meses.
Emilly nasceu em Orocó (PE), mas à época família morava em Petrolina com sua família, que também viajou à capital italiana para acompanhar a cerimônia.
Confiram, na íntegra, a história da garotinha e o milagre atribuído à Madre:
Para a canonização da bem-aventurada Jeanne Emilie de Villeneuve, a Postulação apresentou o caso da cura da menina Emilly Maria de Souza, nascida no dia 2 de agosto de 2007 em Orocó, Pernambuco, Brasil. No dia 5 de maio de 2008, Emilly tinha apenas 9 meses, e estava brincando com o fio do ventilador. Ela colocou o dedo na tomada da corrente e recebeu um choque elétrico. Foi encontrada oito minutos depois, paralisada e gemendo.
Ao chegar ao Pronto Socorro, Emilly estava roxa, sem sentidos, sem pulsação, nem respiração: estava com uma parada cardiorrespiratória. O médico que a acudiu disse: sua filha está morta, o que quer que eu faça?” O pai suplicou: “Ela não está morta. Façam tudo o que puderem!”
O médico de plantão, Dr.Jairo de Lima Ferreira, tentou reanimar a criança. Habitualmente os médicos o fazem durante 20 minutos. No caso de Emilly, ele tentou durante uma hora. Quando o coração começou a bater, ele pegou a ambulância e a levou ao Hospital Dom Malan.
Ela ficou aí na UTI durante 10 dias e em seguida foi para a seção de Pediatria. O médico que a acompanhou disse à família: “Se Emilly sair daqui com vida, ela não vai mais enxergar, nem ouvir, nem falar e muito menos andar”.
Ela saiu do hospital no dia 20 de maio e, efetivamente, não via, não falava, só chorava, e tinha cabeça virada para trás.
A recuperação da menina
No dia 21 de maio começa a novena à Madre Emilie de Villeneuve. A novena terminou no dia 29. E no dia 30, às 18 horas, seu estado clínico mudou completamente. Emilly, a partir dessa data, começou a se desenvolver como uma criança normal, com as características próprias de sua idade. Hoje é uma menina bonita, alegre e comunicativa.
A oração das Irmãs e da família
A iniciativa de invocar a bem-aventurada Jeanne-Emilie de Villeneuve foi da Irmã Ana Célia de Oliveira, religiosa da Congregação de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, que conhecia o avô de Emilly, senhor Rafael e sua família. Quando Irmã Ana Célia recebeu a notícia do acidente da neta do senhor Rafael, começou a invocar a fundadora diante de uma imagem que tinha uma relíquia. Essa imagem foi dada à família da criança, que começou a rezar, pedindo a intercessão da Bem-aventurada; a imagem com a relíquia foi colocada sob a cabeça da criança. A oração comum, intensa, sem ambiguidade e antes da cura, decorreu num ambiente de fé.
Isso aconteceu após a promulgação do Decreto sobre as virtudes heroicas, mas antes da cerimônia de beatificação. Por isso foi concedido um indulto pontifício a fim de poder continuar a pesquisa diocesana sobre o milagre.
O reconhecimento do milagre
O Tribunal Diocesano foi constituído em Petrolina no dia 13 de setembro de 2011 e terminou no dia 12 de junho de 2012.
Na Consulta Médica, realizada no dia 6 de março de 2014, os Peritos em unanimidade se pronunciaram sobre o diagnóstico: “parada cardiorrespiratória prolongada após o choque elétrico” e consideraram, sobretudo, a ausência de sequelas neurológicas, inexplicável pela ciência.
No dia 25 de setembro de 2014 o Congresso dos Consultores Teológicos considerou a cura da menina como um milagre alcançado por intercessão da bem-aventurada Jeanne Emilie de Villeneuve.
O Papa Francisco autorizou a Congregação para a Causa dos Santos a promulgar o Decreto sobre o milagre no dia 6 de dezembro de 2014.
Fonte - Blog do Carlos Britto
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