sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

2015 - O CARNAVAL DO PAU DE SELFIE


Se você é um daqueles que nutrem ojeriza pelo pau de selfie, aqui vai uma dica: evite sair de casa neste Carnaval. E outra: é bom também abandonar a internet. Ninguém tem nenhuma dúvida que o famigerado equipamento será uma das estrelas da folia este ano.

Tão ridículo quanto útil, o pau de selfie permite que mais pessoas apareçam nos auto-retratos. Usando uma conexão bluetooth e um cabo de plástico ou metal, ele é rudimentar na inovação, mas acabou caindo no gosto geral da população. Até o presidente dos EUA, Barack Obama se arriscou no pau em um vídeo de humor para o site BuzzFeed.

Neste Carnaval até blocos de Carnaval receberam um nome em homenagem ao aparelho, como o carioca “Pega no meu pau de selfie e balança”, que já tem 32 mil confirmados no evento do Facebook. Há também marchinhas, como a esdrúxula “Balança o Pau de Selfie” que está fazendo sucesso no Youtube esta semana (é impossível “desver”, por isso vá por conta própria).
Enquanto isso, no Recife, por conta de nossa megalomania típica teremos o “maior pau de selfie em linha reta do mundo”, que vai fazer sua estreia no Carnaval. O objeto fez sua estreia na prévia do Enquanto Isso na Sala da Justiça, no sábado passado e deve fazer sucesso também nas ladeiras de Olinda.

Outra prova de popularidade foi o comunicado enviado pela Celpe, a concessionária de energia elétrica de Pernambuco, que advertiu: “Neste ano, as atenções se voltam, especialmente, para o uso do popular ‘pau de selfie’. Por se tratar de um bastão metálico, na hora de tirar fotos, o objeto deve ser posicionado longe da rede elétrica, sobretudo se estiver em cima de trios, marquises e camarotes”.

Nas ruas
Criado em 2005 pelo canadense Wayne Fromm, o pau de selfie (ou selfie stick, no original) só ficou conhecido em 2011, quando chegou ao varejo dos EUA. Conforme sua popularidade crescia o objeto foi colecionando polêmicas. Foi proibido nos jogos de futebol do Reino Unido este ano e banido em diversos eventos esportivos por questões de segurança.

Aqui no Brasil diversos blocos de carnaval tentaram proibir o aparelho alegando problemas de segurança, mas também de privacidade uma vez que diversas pessoas podem aparecer na imagem captada. Desde o ano passado a Agência Nacional de Telecomunicações passou a homologar a venda do equipamento. Apenas um modelo foi liberado, da marca australiana Kaiser Baas, que custa R$ 249.

Ou seja: todos os outros modelos são piratas ou irregulares. Um passeio pelo Centro do Recife mostra a popularidade do aparelho. Há modelos até por R$ 25. Mas é preciso ficar atento à qualidade do produto, que costuma ser frágil. Já em lojas, o “pau” sai entre R$ 70 e R$ 100.

Quando comprou o aparelho em outubro do ano passado, o técnico em eletrotécnica Everton Almeida chamava bastante atenção. “As pessoas olhavam com muita curiosidade para aquilo e ficavam curiosas. Agora, com tantos por aí, quase ninguém liga”, diz. “Em Olinda acredito que serão centenas”, arrisca.

Do Mundo BIT

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