Na primeira entrevista à TV após ser reeleita presidente da República, a presidente Dilma Rousseff (PT) prometeu dar prioridade à investigação das denúncias de desvio de até R$ 10 bilhões na Petrobras. “Vou me empenhar doa a quem doer. Não vai sobrar pedra sobre pedra”, afirmou, em entrevista à TV Record, nesta segunda-feira (27).
Antes do primeiro turno, a revista Veja publicou uma reportagem afirmando que o doleiro Alberto Yousseff, articulador do esquema, teria denunciado à Polícia Federal que Dilma e o ex-presidente Lula (PT) tinham conhecimento sobre todos os desvios.
Nesta segunda-feira (27), ela prometeu que não vai deixar as acusações da revista serem esquecidas após a eleição. No último guia eleitoral, a presidente prometeu acionar a revista na Justiça.
A presidente afirmou que recebeu dois recados do povo brasileiro nesta eleição: mudança e reforma. Dilma foi reeleita com 51,64% dos votos, enquanto o adversário Aécio Neves (PSDB) obteve 48,36%. “Não acredito em terceiro turno, porque quem pensar nisso vai fazer um desserviço ao Brasil”, disse.
A petista voltou a fazer um gesto pela unidade do País. “Nós temos de nos dar às mãos e fazer isso [as mudanças] de maneira conjunta”, disse. Dilma disse que a palavra que resumirá o seu segundo mandato é o “diálogo”.
ECONOMIA – Dilma Rousseff também prometeu dialogar com os setores produtivos para encontrar os pontos que precisam ser ajustados na economia. A presidente evitou indicar quais seriam as mudanças que faria na política econômica nos próximos quatro anos.
“Não vou falar para o brasileiro diminuir o seu consumo. Ele está empregado e está ganhando o seu salário”, afirmou a petista, dizendo que a sua mensagem é de tranquilidade aos brasileiros.
A presidente também não adiantou qual seria o perfil do próximo ministro da Fazenda, que substituirá Guido Mantega (PT). “Eu não vou discutir o ministro, vou discutir o ministério”, disse Dilma, ao ser apresentada ao nome do presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, cotado pelo mercado.
Dilma concedeu entrevista a TV Globo.
DIÁLOGO – Na entrevista à TV Globo, a presidente pregou o “diálogo com todas as forças políticas, de todos os segmentos”.
“Nós temos que ser capazes de garantirmos as mudanças que o Brasil precisa e exige e isso fica muito claro nessas eleições. Essa é a base comum entre nós”, disse a presidente, pregando diálogo com o setor industrial, financeiro e com todos os “clamores” da população.
Sobre a consulta popular, prometido durante o discurso desse domingo (26), Dilma pontuou o documento que recebeu da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entre outras entidades, pedindo reforma política.
O financiamento das campanhas políticas também entrou na entrevista da presidente. Ela pregou que uma das propostas é sobre a extinção do financiamento por empresas. “Eu creio que o Congresso vai ter sensibilidade para captar esse clamor que, se não estou equivocada, reúne mais de 5 milhões de assinaturas”.
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