quinta-feira, 25 de setembro de 2014

EDUCAÇÃO - PRECISA-SE PENSAR MAIS EM POLÍTICAS UNIVERSITÁRIAS PARA REESTRUTURAR MODELO

O último Censo da Educação Superior divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelou o novo quadro da educação superior do país. Segundo os dados coletados, entre os dias 3 de fevereiro e 15 de maio daquele ano de referência, o Brasil registrou cerca de 7.305 alunos matriculados em cursos de graduação. Esses números indicam que houve um crescimento de 268.289 matrículas a mais que em 2012, um incremento de 3,8%, dos quais 1,9% se concentram na rede pública e 4,5% na privada. Contudo, este aumento é considerado inferior ao do Censo Anterior (de 2011 para 2012) que apontava um índice de 4,4%.

E o mais delicado neste cenário apontado é que a quantidade de formandos sofreu uma leve queda pela primeira vez desde 2003: de 1.050.413 em 2012 para 991.010 em 2013, uma queda de 5,9%. Observou-se uma diminuição de 36% na proporção de estudantes concluem os cursos, nos últimos cinco anos, que representa um problema a ser analisado: é cada vez menor o número de formados em relação ao de ingressos nas instituições do país.

E isto é decorrente de uma série de motivos que vão desde as disparidades socioeconômicas do país até a situação das universidades, faculdades e centros de ensino que não atendem completamente aos anseios dos estudantes. “O sistema de educação superior enfrenta graves problemas que precisam de soluções inteligentes e viáveis, esse modelo fragmentado, feito como uma linha de montagem com centros de saber separados uns dos outros, que vive isolada e se recusa a ler o presente mostra a necessidade de uma reflexão. Isso é grave, pois, é da universidade que saem os profissionais que vão atuar em todos os segmentos sociais”, comenta o professor Belmiro Vasconcelos, que atua como docente há 25 anos na Universidade de Pernambuco, que considera questões importantes a serem debatidas atualmente.

Uma preocupação que vem embasada em dados e análises coerentes de órgão relacionados também a esta questão. Apesar de recente relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) revelar que o governo brasileiro gasta 93% do Produto Interno Bruto (PIB) com os alunos da educação, ainda são grandes as deficiências das unidades de ensino. E, por conta disto, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) espera aumento dos recursos públicos para expansão nas instituições públicas. Para a entidade, por exemplo, os professores estão precarizados, com salários baixos, desmotivados e estão abandonando a profissão. E desta forma reque investimentos urgentes. Há a necessidade de pensar em políticas universitárias capazes de reestruturar esse modelo obsoleto de ensino superior, assegurando a essa instituição social, um fortalecimento científico capaz de dialogar com o mundo de igual para igual contribuindo socialmente”, acredita o professor.

Numa campanha em prol da expansão do desenvolvimento acadêmico e científico sustentável, especialmente da UPE, o professor e ex-diretor da FOP considera fundamental primar pela valorização da força de trabalho da instituição de ensino, através inclusive da melhoria da infraestrutura instalada e qualificação da assistência estudantil, em consonância com as políticas de desenvolvimento do Estado de Pernambuco.“A UPE precisa de mudanças. É preciso que a liderança da nossa Universidade seja realizada por pessoas com conhecimento, experiência, vontade política e ética, para que possam trazer o desenvolvimento. Para nós, valorizar os docentes é, entre outras coisas, dar chance ao mesmo de se qualificar ainda mais, trazendo o conhecimento aonde ele é necessário”, acredita. E está preocupação ganha destaque por se tratar de uma das mais fortes instituições de ensino superior do Estado, presente ainda na forma de complexo multicampi em outras diversas regiões do estado como Nazaré da Mata, Caruaru e Garanhuns.

Ivelise Buarque - Jornalista

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