Depois de quase vinte horas e um domingo inteiro de homenagens e emoção, o corpo do ex-governador de Pernambuco e candidato a presidente da República, Eduardo Campos, foi enterrado no Cemitério de Santo Amaro, área central do Recife. O local foi, literalmente, tomado pela população, que acompanhou o cortejo desde o Palácio do Campo das Princesas até o cemitério. O caixão desceu às 18h38 sob uma chuva de rosas brancas e queima de fogos de artifício que durou cerca de 15 minutos.
O caixão do ex-governador saiu em cortejo do Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, e foi conduzido por cerca de 2 quilômetros, acompanhado de uma multidão, até o local do túmulo, ao lado do avô Miguel Arraes e de um tio. Com chapéus de palha na cabeça, os filhos João e Pedro ajudaram a carregar o caixão do pai. José, o quarto filho, usava um chapéu de vaqueiro.
A Polícia Militar estima que mais de 100 mil pessoas tenham comparecido ao velório, desde as primeiras horas do domingo, e ao enterro.
O último adeus a Campos teve honras militares, beijo no caixão dos quatro filhos mais velhos - o caçula, Miguel, não estava presente -, além da viúva Renata Campos. Serenos durante todo velório, os familiares não seguraram a emoção no sepultamento. Depois da queima de fogos, o filho João gritou: "Viva, Eduardo!" Seguido por um "Viva" de todos os presentes. A mãe de Eduardo, a ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, estava desolada.
A entrada do caixão no cemitério teve um certo tumulto. Como muita gente entrou, inclusive forçando para que os portões fossem abertos, a passagem do carro que levou o ataúde até o local do sepultamento aconteceu com seguranças abrindo passagem entre o povo. Povo esse que gritou várias palavras de ordem: "Eduardo, guerreiro do povo brasileiro!", "Fora, Dilma!" e "Justiça!" foram entoados mais de uma vez.
O ex-candidato à Presidência pelo PSB faleceu na manhã da última quarta-feira (13) em acidente aéreo na cidade de Santos, litoral de São Paulo. Os jornalistas Carlos Percol, Alexandre Severo, Marcelo Lyra, o assessor político Pedro Vadalares e os pilotos Marcos Martins e Geraldo Magela também morreram na tragédia e foram enterrados hoje.
Depois de quatro dias, Eduardo Campos foi enterrado no mesmo túmulo do avô, Miguel Arraes. O túmulo que visitou há apenas quatro meses, durante homenagem aos símbolos da luta pela democracia no Brasil.
Do NE10
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