Costuma-se dizer que a saúde não tem preço. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram, no entanto, que a inflação está disseminada, sobretudo quando se trata de serviços e produtos básicos da área de saúde. Na maior parte dos casos, os reajustes representam quase o dobro da inflação. Nos 12 meses terminados em junho, as consultas médicas ficaram, em média, 10,91% mais caras, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cravou, no mesmo período, 6,52%.
Os dentistas, por exemplo, aumentaram as tabelas em 8,69% nos últimos 12 meses. No caso dos psicólogos, o valor das consultas subiu 9,04%. Já os terapeutas passaram a cobrar 8,32% mais dos pacientes. Os que precisaram recorrer a exames laboratoriais ou hospitalares viram a fatura crescer, na média, 7,15%. “Sinceramente, os preços estão assustadores”, diz a esteticista Maria Elena Pinto, 43 anos. “Não há escapatória. No supermercados, nas lojas, nos consultórios médicos. Tudo subiu sem que a renda dos trabalhadores acompanhasse”, ressalta.
A esteticista não tem plano de saúde. Por isso, é obrigada a pagar por todas as consultas e exames dela e dos filhos. Mas, mesmo que tivesse, não ficaria livre da carestia. Os convênios coletivos, que não são controlados pela Agência de Saúde Suplementar (ANS), vêm registrando reajustes médios de 20% nas datas de vencimento. Já os planos individuais, regulamentados pelo governo, foram aumentados em 9,65% no mês passado. “Por isso, eu digo: não há saída. Os consumidores, que são o elo mais fraco da cadeia, que se virem para arcar com os reajustes”, frisa Maria Elena.
Do Correio Braziliense
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