quinta-feira, 19 de setembro de 2013

PARALISAÇÃO - FUNCIONÁRIOS DOS CORREIOS EM PERNAMBUCO DECIDEM CONTINUAR GREVE

Após assembleia na tarde desta quarta (18), os funcionários dos Correios em Pernambuco decidiram continuar a greve no Estado, deflagrada na última sexta (13). Em reunião em frente à sede da empresa no Recife, na Avenida Guararapes, no Centro, a categoria definiu pela paralisação por discordar do reajuste salarial de 8% proposto pela ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafo (ECT). Outro ponto de divergência entre as partes é a recusa dos trabalhadores em aceitar as novas regras internas para o plano de saúde oferecido. 

A assembleia aconteceu um dia depois do encontro entre a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafo (ECT) no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A reunião terminou sem acordo entre patrões e empregados. Agora o TST realizará o sorteio de um ministro relator para o julgamento do dissídio, sem data prevista para ocorrer. Os funcionários pretendem realizar uma nova assembleia nesta sexta-feira (20), às 16h, também em frente à sede dos Correios na capital pernambucana.

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Os funcionários dos Correios reivindicam piso salarial de R$ 1.400, o que significa 40% no piso atual - atualmente o valor é R$ 1.004. Tal remuneração é paga para atendentes comerciais, carteiros e operadores de triagem transbordo (OTTs). "Os trabalhadores acreditam que a empresa ainda pode avançar na elevação salarial", afirma o secretário geral do Sintect-PE, Hallison Tenório. 

Além disso, a categoria afirma que suas perdas salariais ultrapassam os 45%. Assim, a pauta inclui ainda reajuste do valor do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estimado em mais de 6% para 2013, e pelo menos 10% para reparar o que já foi perdido. "Estamos abertos a negociação com a empresa desde o início, inclusive antes do julgamento no TST. O que não podemos aceitar é uma perda ainda maior", disse o diretor de comunicação do Sindicato em entrevista ao NE10, Luciano Batista.

A questão do plano de saúde também é um fator determinante na paralisação da categoria pernambucana. "Hoje nós temos garantias para os funcionários antigos. Podemos até incluir pai e mãe a partir dos 58 anos, desde que eles tenham uma renda de até 1,2 salários mínimos. Para os novos funcionários, quem ficará responsável pelo plano de saúde é a empresa denominada Postal Saúde. Ela poderá fazer as modificações que achar melhor, com a ressalva de não mexer com quem já tem o plano. Quem for incluído no plano agora não terá os mesmos direitos que os antigos já tem", explica Tenório. 

Ainda segundo o secretário geral do Sintect-PE, os aposentados também continuam com as antigas regras. Mas aqueles que pretendem se aposentar serão inclusos nas novas regras. "Eles alegam que não farão nenhuma modificação a título de exclusão, mas a título de inclusão eles podem modificar". 

De acordo com a contabilização do Sindicato nesta quarta, foi registrado no interior do Estado o maior índice de paralisação, com 85% das atividades paralisadas na área operacional. No Recife e Região Metropolitana, o sindicato afirma que 65% da categoria na área operacional está de braços cruzados. 

EMPRESA - Em comunicado enviado à imprensa, os Correios informou que, em Pernambuco, foram contabilizados nesta quarta-feira (18) 93,39% do efetivo em atividade normal. A empresa conta, atualmente com cerca de 3.900 empregados no Estado. "A rede de atendimento está aberta em todo Brasil e todos os serviços estão disponíveis – com exceção da postagem, entrega e coleta de encomendas com hora marcada nos locais acima citados", ressaltou a nota divulgada.

Do NE10

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