A 1ª Promotoria de Justiça de Araripina lançou o primeiro módulo do projeto “Educação e Justiça pela Paz”, desenvolvido em parceria com a Gerência Regional de Educação do Sertão do Araripe - GRE Sertão, contando com a presença de 500 professores da rede estadual de ensino.
A palestra de abertura foi realizada pelo Promotor de Justiça Manoel Dias da Purificação Neto, em exercício pleno na 1ª promotoria de Araripina, idealizador do projeto.
O ponto principal desta iniciativa consiste em difundir uma Cultura de Paz por meio da difusão de pequenas ações do cotidiano escolar, apesar de se fazer imperiosa a sua disseminação em todos os pontos do globo. Tendo como público alvo, neste primeiro momento, os professores da rede pública estadual, naturais agentes propagadores sociais. Este projeto visa difundir a idéia de paz nas escolas, atingindo as famílias berço natural do desequilíbrio que atinge a toda sociedade. “A violência nos lares e nas escolas tem dificultado a arte de educar, levando os educadores ao desestímulo, o que tem desvirtuado o papel da escola no fortalecimento do conhecimento, da cultura e da cidadania”, disse o citado promotor de justiça.
O Projeto “Educação e Justiça pela Paz” inaugura na cidade de Araripina a iniciativa de cristalizar no seio social, através da influência salutar dos educadores, a inquebrantável semente da paz, propagando a convivência sadia e o respeito entre todos. O projeto já tem data marcada para a implementação do segundo módulo e convite para implantação em diversas cidades da região do sertão de Pernambuco.
No seu pronunciamento de abertura, o promotor Manoel Dias, destacou que “...o fim da violência e o predomínio da paz dependem da preponderância de uma educação em que o progresso material e a melhoria do bem-estar sejam conquistados com amor e respeito aos semelhantes, pondo fim aos confrontos nefastos, e com base no entendimento, na fraternidade e na solidariedade. Nos dias atuais, a esperança de paz parece ser um sonho difícil de ser concretizado. Mas a cultura de guerra não é novidade dos nossos tempos. Na verdade desde que nascemos somos educados para guerrear. O sentimento que nos passam desde as primeiras horas de vida é que chegamos para lutar e, temos que vencer. A cultura de violência é marcante no nosso país que enfrenta o que se chama de fobia escolar. Os professores estão indo embora das escolas com medo das agressões dos alunos nos corredores, se dá nota baixa ao aluno é ameaçado, alguns até de morte; se a escola for privada a coisa fica pior, porque aluno lá é cliente e cliente tem sempre razão. É por causa dessa preocupação que nasceu o projeto “Educação e Justiça pela Paz”.
Continuando sua explanação, o promotor de justiça Manoel Dias, ainda ponderou que a educação tradicional, não conseguiu preparar o homem para dominar a si mesmo. Que a educação começou a entrar em colapso quando as famílias deixaram a cargo da escola a educação integral dos seus filhos, como se elas não tivessem responsabilidade alguma, o que estão completamente enganadas. Como consequência dessas atitudes impensadas, temos que, apenas no Brasil, bilhões de Reais são gastos anualmente na repressão aos crimes; nos aparatos militares, policiais e judiciários; nas prisões e penitenciárias com seus sistemas falidos, que não atingem a ressocialização esperada pela sociedade; nos serviços de segurança particular, nas famílias e nas instituições públicas e privadas. E porque sofremos de todos esses males ainda? Porque somos seres com um senso moral ainda pouco desenvolvido. Que se regozija na ambição, no egoísmo e no orgulho, que são as causas de atos de violência e de muitos males e sofrimentos. A sociedade não possui educação para a prática da Lei de justiça, para a Lei de amor, para a Lei de caridade, que melhora as condições de vida, produz a paz e que promoveria o nosso Planeta à categoria de um mundo melhor e mais feliz. Portanto, enquanto a educação tradicional continuar preocupando-se apenas com a educação intelectual e a profissionalização do homem, e deixando de lado a educação moral, que aprimora as condutas e ações, as verdadeiras causas da violência não serão combatidas, impedindo que a paz reine soberana entre os homens. Então, através do que o professor ensina na sala de aula e por meio do seu próprio exemplo pessoal de vida ele pode modificar todos a sua volta.... e vamos fazer isso através da educação, com justiça. Justiça e educação juntas trabalhando pela propagação da cultura da paz, através de ações articuladas, em que esse projeto “Educação e justiça pela paz” que damos início hoje, é fruto da esperança de dias melhores.
Fonte - Jornal Tribuna do Araripe / Iveraldo Nascimento
Fotos - Fredson Paiva
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