quarta-feira, 19 de junho de 2013

FORTALEZA - NEYMAR DITA O RITMO DA VITÓRIA DO BRASIL SOBRE O MÉXICO


O início de jogo foi tão arrasador que a seleção brasileira deu a impressão que venceria o México com a mesma facilidade com que despachou o Japão. Mas o recuo demasiado e desnecessário só teve seu desafogo nos acréscimos quando a genialidade de Neymar junto com o oportunismo de Jô, mais uma vez, ditou a vitória por 2x0, em jogo válido pela segunda rodada do grupo A da Copa das Confederações.

Uma marcação ainda mais forte do que aquela feita sobre o Japão - e melhor ainda - no campo adversário. Isso culminou num bombardeio verde e amarelo nos primeiros minutos. O time mexicano, atordoado, praticamente não passou da linha divisória do gramado. Só fez uma vez para uma defesa fácil de Julio Cesar no chute de Guardado. O Brasil começou assustando em jogada ensaiada. Na cobrança de falta pela esquerda, Hulk rolou para Marcelo chutar fraco, fácil para defesa de Corona.

Na segunda investida, o gol até saiu, mas Oscar foi flagrado em impedimento depois de Hulk e Fred obrigarem a defesa verde a trabalhar bastante. A pressão culminou com o gol de Neymar, aos nove minutos. Numa jogada rápida pela direita, Daniel Alves cruzou e a defesa tentou afastar. O camisa 10 brasileiro aproveitou o rebote e mandou de primeira, com o pé esquerdo, sem chance para o goleiro.

O bom futebol dos donos da casa não arrefeceu após o gol. Aos 13, Daniel Alves quase marca por cobertura. Nem mesmo as duas cochiladas de Marcelo, em sequência, botaram tudo a perder. Primeiro, o lateral não quis dar chutão e facilitou a vida do ataque mexicano. Depois, insistiu em sair jogando e perdeu na dividade para Mier, que mandou rasteiro, perto da trave direita.

O inspirado pé esquerdo de Neymar quase apronta mais uma aos 23 minutos. Fred caiu pela esquerda e o 10 foi para a posição de centroavante. Recebeu um lançamento longo e na matada de peito deixou o marcador a ver navios. Antes de a bola tocar o chão foi chutada com perigo, raspando o travessão.

Somente a partir dos 30 minutos, os mexicanos saíram mais para o jogo. Porém, muito mais por culpa dos brasileiros. A marcação recuou para o setor de meio de campo e com mais espaço para tocar a bola, os adversários começaram a rondar a área. Mas aí faltou uma pequena dose de qualidade para concluir.

Em suma, o Brasil levou vantagem pela melhora num fundamento pouco executado até então: a marcação no campo do adversário, ponto em que os espanhóis, favoritos à Copa das Confederações junto com o Brasil, são mestres. Prova disso foi a quantidade faltas cometidas. A Canarinha cometeu 15 contra 9 de seus oponentes. A posse de bola até ficou equilibrada com Brasil 51% e México 49%. Mas a taxa de acerto de passes dos brasileiros foi bem maior: 80% x 66%.

O Brasil voltou para o segundo tempo oscilando a marcação entre pressão e meia-pressão. Nessa indecisão, o México passou a aproveitar os espaços entre o meio de campo e a defesa brasileira. E o ataque também criava suas oportunidades, tanto que aos nove minutos, Hulk tabelou com Neymar e, cara a cara com o goleiro, chutou de forma displicente, para fora.

O jogo estava sem vantagem para um ou outro lado. Numa das brechas dadas pelos brasileiros o time mexicano chegou bem perto do gol. Aos 14 minutos, numa boa triangulação, Guardado cruzou rasteiro para a pequena área. David Luiz chegou antes de Chcicharito e mandou para fora. Aos poucos, o Brasil recuou ainda mais - e de forma perigosa - deixando mais da metade do campo para o adversário.

O pecado do México foi insistir nas jogadas pelo alto, pois David Luiz, o melhor zagueiro brasileiro para essa função também teve a companhia dos dois laterais, Daniel Alves e Marcelo, que garantiram a superioridade númerica do Brasil dentro no setor mais perigoso.

Ainda assim, o time de verde conseguiu levar perigo sempre com as descidas de Barrera pelo lado direito. Como um antigo ponteiro ele não deixou Marcelo sair mais ao setor ofensivo. Felipão viu o problema e tentou dar mais qualidade na saída de bola com a entrada de Hernanes no posto de um apagado Oscar. Mas não adiantou muita coisa pois o time continuava descompactado, principalmente entre a defesa e o meio.

A segunda opção foi por Lucas no posto de Hulk. Embora o camisa 12 fizesse uma boa partida, a postura retraída da seleção o deixou praticamente isolado e era preciso alguém com característica de conduzir mais a bola. Mas assim como a primeira, essa alteração também não surtiu efeito. Já a terceira... Felipão colocou Jô no lugar de Fred. Novamente com pouco tempo em campo, o atacante do Atlético Mineiro mostrou sua estrela, obviamente com a imensa ajuda de Neymar. Aos 47 minutos, o 10 fez grande jogada individual pela esquerda e rolou para Jô apenas empurrar para o gol vazio.

Ficha do jogo:

Brasil: Julio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Fernando, Paulinho e Oscar (Hernanes); Hulk (Lucas), Fred (Jô) e Neymar. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

México: José Corona; Gerardo Flores, Francisco Rodríguez, Moreno e Salcido; Torrado (Jimenez), Flores (Herrera), Torres (Barrera) e Guardado; Giovani Dos Santos e Chicharito. Técnico: Juan Manuel de la Torre.

Local: Arena Castelão (Fortaleza).Ár bitro: Howard Webb (Inglaterra). Gols: Neymar, aos nove do primeiro. Jô, aos 47 do segundo. Cartões amarelos: Daniel Alves, Thiago Silva, ROdriguez e Guardado.

Do NE10

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