segunda-feira, 27 de agosto de 2012

BOM DE CUCA - ESTUDANTE ARARIPINENSE É DESTAQUE EM JORNAL DA CAPITAL


Arílson Araújo é uma espécie de negação do ditado segundo o qual as aparências enganam. Nada disso: ele é exatamente o que parece. Óculos no rosto e alguma timidez delatam um “nerd”. Estudioso e extremamente inteligente, o garoto de 15 anos – natural de Araripina, sertão pernambucano, destila conhecimentos com eloquência invejável. Até para um adulto. E é especialista no evento que o Brasil sediará dentro de dois anos: a Copa do Mundo.

Basta-lhe perguntar algo sobre o mundial que se terá a exata noção do quanto ele sabe do assunto. Não de forma superficial. “A Copa do Mundo começou em 1930, no Uruguai. O país foi eleito como sede porque havia conquistado um bicampeonato olímpico, o que desagradou muitas nações europeias”, responde – em tom neutro- quando questionado sobre a origem do mundial.

Ele é exatamente o que se pode chamar de prodígio. A mãe Marinalva Araújo revela a precocidade. “Com um ano, a gente levava ele pra praça e ele dizia todas as marcas dos carros que passavam. Não errava um. Aprendeu a ler com dois anos e oito meses”, diz, não sem um pouco de imodéstia. O pai, José Hamilton, foi mais “coruja” ainda. “Ele é o nosso orgulho ” derrete-se o chefe da família.

Ele pulou uma série no jardim de infância. Já sabia ler e escrever antes dos outros, dispensando a necessidade de cursar uma das classes menores. “Os professores dizem que ele é superdotado, tem QI acima da média, mas nunca pudemos fazer o teste”, admite Hamilton.

A família sofre, como se vê, com más condições financeiras. Os pais fazem tudo para aparelhar o filho do que ele precisa, mas não conseguem suprir todas as necessidades de um jovem que, ao que tudo indica, tem um quê de especial. Vivem num puxado da casa dos avós do garoto. O espaço é exíguo, bagunçado, quente e pouco equipado. Arílson, por exemplo, não tem um computador. “É o sonho dele”, declara a mãe. Nunca visitou o Recife, apesar da vontade que tem de ir a Capital.

Apesar das dificuldades, o garoto se destaca. Sempre. Das últimas notas, apenas um “modesto” nove mancha seu boletim. As demais médias estão entre nove e dez. Estudante de colégio público, ele já sabe a que curso concorrer no vestibular, no ano que vem. “Vou fazer alguma engenharia”, revela.

A pergunta é inevitável: E o amor pela bola? Ele explica: “No futebol, o uso da tecnologia é muito escasso, eu pretendo estudar novas maneiras de aplicar ferramentas modernas para o jogo, como chips nas bolas e uma maneira de os árbitros se comunicarem entre eles de maneira mais eficaz”. Ok… E quem há de discordar diante de tamanha convicção?

Com informações do Blog do Martinho Filho/Blog do Fredson Paiva

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