segunda-feira, 24 de outubro de 2011

SETE FACES QUE REVELAM DEUS - PAIVA NETTO


Em 21 de outubro, há 22 anos, tive a honra de inaugurar com a indispensável ajuda do povo, em Brasília/DF, o Templo da Boa Vontade (TBV). Desde que abriu suas portas, o TBV é, segundo dados oficiais da Secretaria de Estado de Turismo do Distrito Federal (Setur), o local mais visitado da capital do país. Num artigo que escrevi para a Folha de S.Paulo, em 9 de agosto de 1987, delineei o espírito que norteia a Pirâmide das Sete Faces: A construção do Templo da Boa Vontade, com um só altar e um trono exclusivamente dedicados ao Senhor Deus, tem como supremo objetivo reunir todas as criaturas, sejam quais forem suas crenças ou descrenças (ateu também é filho de Deus), conduzindo-as à Unidade de Fé Realizante com base no Ecumenismo Irrestrito.

A Fé Realizante é aquela que se opõe à ociosa, egoística. (...) Revelou Jesus à samaritana, junto ao Poço de Jacó: “Deus é Espírito” e, por isso, “breve não mais será adorado em templos de pedra feitos pela mão do homem”. Por ser Espírito, “Ele procura, para Seus adoradores, aqueles que O adorem em Espírito e Verdade”. O TBV é, pois, a fase intermediária entre os templos de pedra e a época tão esperada em que os homens não mais necessitarão de templos materiais para orar a Deus. Natura non facit saltum. Por ser uma etapa transitória, aplicam-se a ele estas palavras inspiradas no ensinamento do Cristo Planetário: “Neste Templo até as pedras clamarão que Deus é Espírito e importa que seja adorado em Espírito e Verdade”. Corresponde dizer que nos tempos vindouros evoluirá a concepção restritiva de se adorar Deus apenas quando sob tetos materiais. Os templos, por mais que louváveis, não serão essenciais.

Curiosamente, nessa era ideal, sua frequência será a mais gloriosa de todos os tempos da Humanidade, porque haverão os homens compreendido ter Deus dentro de si mesmos. Ninguém mais se atreverá a frequentá-los como quem vai a uma descartável obrigação social, a um piquenique, a um desfile de moda. Quadro que entristece os religiosos compenetrados de sua missão. O lugar preferido por Deus para Seu culto é o coração humano. Não há aqui censura alguma aos que veneram seus templos para adoração ao Todo-Poderoso. De outra forma, como construiríamos o da Boa Vontade em Brasília?

O que concebemos é uma antevisão do que anunciou o Cristo. Dia virá em que a Humanidade inteira será reconhecidamente o Templo do Deus Vivo — território sagrado, onde todos poderão viver em Paz, como profetizou Isaías no Velho Testamento da Bíblia Sagrada. O Ser Humano finalmente entenderá que o Pai Celestial em Sua infinita sabedoria deve ser buscado e vivido em todos os lugares, durante todos os segundos da existência. Os sacerdotes sempre serão sacerdotes. Isto lhes nasce da alma: em seus templos e em qualquer parte. Sentem-se assim os homens de Fé, em todos os pontos do mundo. O Homem pode tentar, ainda que em vão, destruir as religiões na Terra: contudo, jamais conseguirá extinguir a religiosidade que nasce com ele, mesmo quando ateu.

Dia do Ecumenismo

Em homenagem ao Templo da Paz, por proposição do Deputado Federal Rodrigo Rollemberg, foi oficializado em Brasília o 21 de outubro como Dia do Ecumenismo. A iniciativa recebeu a adesão de outros pontos do País, a exemplo dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná, e da cidade de Novo Hamburgo/RS. Durante todo o mês, uma rica programação cultural, religiosa e ecumênica celebra os 22 anos do TBV. Ele está localizado no SGAS 915, Lotes 75/76, Brasília/DF, Brasil.

PARÚSIA E A QUESTÃO ESPIRITUAL DO TEMPO

Foi para um 22 de outubro, do longínquo ano de 1844, que alguns irmãos cristãos norte-americanos aguardavam o retorno de Jesus à Terra. Fundamentaram-se em interpretação própria da profecia das 2.300 tardes e manhãs, descrita no livro de Daniel, no capítulo 8º, no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada. Pelo fato de o segundo advento (a Volta do Divino Mestre ao plano das formas) não ter se dado, essa ocasião foi por eles denominada o Dia do Grande Desapontamento. No sábado, 22/10, durante a sessão solene das comemorações dos 22 anos do Templo da Boa Vontade, que tive a honra de comandar, reforcei que não percamos de vista o necessário cuidado que devemos ter ao apontar datas para o cumprimento das profecias de Deus. Como colaboração ao tema, apresento-lhes aqui trechos do capítulo “A questão espiritual do Tempo”, constante do meu livro “Jesus, o Profeta Divino”, um dos campeões de venda da 15ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro:

Essa questão do tempo, que está realmente próximo (Apocalipse, 1:1) — mas sempre lembrando que o tempo próximo da profecia apocalíptica se realiza por partes, dentro de grandes partes e da Grande Parte Final —, por sua vez, deve ser com insistência objeto de estudo e reflexão. O salmista no Velho Testamento da Bíblia Sagrada (Salmos, 90:4) o afirma e Pedro Apóstolo (Segunda Epístola, 3:8 e 9) no Novo Testamento o ratifica: “Mil anos dos homens são para Deus como o dia de ontem que já passou”. “Então, Jesus pediu dois dias para voltar”, constantemente destacava o saudoso Alziro Zarur. “E vai ressurgir, do mesmo modo como (no passado) ressuscitou, ao terceiro dia”, depois de ter sido “morto” e “sepultado” pelos seres humanos, os quais veio salvar.

Atentemos ainda para o fato de que esse “terceiro dia”, que terá início em 2001 (estávamos na década de 1990), possui mil anos de duração, segundo a contagem terrena. É palmar que lhes falamos do Terceiro Milênio, que vem logo ali. Nenhum de nós na Terra detém autoridade suficiente para apontar esta ou aquela data como a da Volta de Jesus, mas pode concorrer para abreviá-la, conforme se encontra na Segunda Epístola de Pedro, 3:11 e 12: “(...) Vivei em santo procedimento, (...) esperando e apressando a vinda desse Dia do Senhor (...)”.

O BREVE TEMPO DE DEUS

Reforçando o assunto Tempo, no tocante ao Retorno do Divino Mestre — como “o Leão da Tribo de Judá”, Apocalipse (5:5), isto é, com poder e grande glória (Evangelho segundo Mateus, 24:30), não mais como cordeiro a ser abatido —, releio em “Reflexões da Alma” trechos da análise que fiz, depois de estudar Zarur e em anos de pesquisa variada.

Alguns argumentam contra a credibilidade do Apocalipse, tendo em vista esta sua afirmativa: “... pois o tempo em breve chegará”. E o fazem até sem jamais o ter lido. Ou, se abriram suas páginas, passaram apenas os olhos nelas, com a ligeireza de quem lê um romance de quinta categoria... A esses, reiteradamente convido a levar em consideração determinados fatores, como há pouco vimos, e que, por serem tão importantes, ilustraremos melhor em outra ocasião.


José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

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