domingo, 19 de dezembro de 2010
NEGÓCIOS - SUAPE VIRA POLO EÓLICO
O Complexo Industrial e Portuário de Suape está se consolidando como um polo de indústrias de equipamentos para a produção de energia. Depois da implantação do grupo argentino Impsa e do espanhol Gonvarri, os sul-coreanos da Win&P e a paulista Tecsis vão marcar presença no cluster. Os coreanos vão fazer investimento de US$ 24 milhões (pouco mais de R$ 41 milhões) na construção de uma fábrica de torres eólicas e a Tecsis vai complementar a cadeia produtiva com a fabricação de pás para as turbinas, com aporte de R$ 100 milhões. Ontem, a diretoria de Suape lançou edital para licitar os terrenos destinados às novas unidades.
A Win&P chega a Pernambuco por meio de uma joint venture com a Impsa. A empresa sul-coreana é fornecedora de torres eólicas para o grupo argentino. A Win&P terá 55% de participação no novo negócio e a Impsa os 45% restantes. A unidade vai gerar 135 empregos diretos. A perspectiva é que as obras sejam iniciadas em abril de 2011 e que comece a operar seis meses depois.
O gerente de projeto da Win&P, Luis Park, adianta que a indústria terá capacidade para produzir 300 torres por ano. “Nossa empresa é líder no mercado mundial de produção de torres eólicas. A planta coreana fabrica 1.000 equipamentos por ano. Em Suape, a unidade vai ocupar uma área de 16 hectares. A sul-coreana será concorrente da RM Eólica, que também fabrica torres em Suape e pertence ao grupo Gonvarri.
“A RM Eólica já está com uma grande carteira de encomendas e com o parque fabril lotado, por isso decidimos fazer uma parceria com a Win&P para garantir o fornecimento das torres e conseguir preços mais competitivo”, observa o diretor industrial da Impsa, Frederico Schlamp.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, diz que a Tecsis está demandando uma área de 100 hectares em Suape. “Um primeiro terreno de 50 hectares será utilizado para a área offshore da empresa, que vai fabricar as pás eólicas e fazer a distribuição por transporte marítimo. Já a outra parte será para a produção e transporte em terra”, destaca, ressaltando que Suape passará a ter o maior polo de equipamentos para a produção de energia do Brasil. A Tecsis também é fornecedora da Impsa.
NOVOS PROJETOS
Além das novas indústrias, a RM Eólica e a Impsa anunciaram investimentos em novos projetos. A Impsa, que fabrica aerogereadores em Suape, vai aportar R$ 230 milhões na construção de uma fábrica de equipamentos para hidrelétricas. Um dos clientes é a Usina de Belo Monte (no Norte do País). Já a RM Eólica vai montar em Pernambuco a primeira fábrica de flanges do Brasil. Importadas da Espanha, Coreia do Sul e China, as flanges são estruturas metálicas que unem as partes de uma torre eólica. “Como são estruturas com altura entre 60 e 120 metros, é necessário montar as torres em partes (tramos), que são unidas pelas flanges”, explica o executivo da Gonvarri Brasil, José Roberto Dalbem.
Para atuar no segmento de flanges, a Gonvarri fez uma joint venture com a Iraeta Brasil S.A, que também pertence a um grupo espanhol. O investimento na fábrica será de 22 milhões (R$ 49,5 milhões) e a previsão é gerar 120 empregos diretos. O início da operação deve ocorrer no final de 2011.
Dalbem revela que além da nova fábrica, a Gonvarri vai investir outros US$ 15 milhões (R$ 33,7 milhões) na ampliação da unidade de Suape, com a instalação de uma linha de corte de chapas grossas, com capacidade para processar 70 toneladas por ano.
ESTADO PREPARA TERRENO PARA FIAT
O governo de Pernambuco está correndo para lançar a licitação da terraplenagem de uma primeira área de 150 hectares para a fábrica da Fiat em Suape, durante o evento de lançamento da pedra fundamental do empreendimento, no próximo dia 28. A previsão é começar a movimentação de terra ainda em fevereiro de 2011 para aproveitar o verão. O governo ainda está calculando o investimento necessário para realizar a terraplenagem, mas uma estimativa inicial aponta para o valor de R$ 130 milhões.
Até o dia 29 de dezembro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) vai se pronunciar sobre a portaria que habilita a Fiat a receber os incentivos fiscais do Regime Automotivo, que foi prorrogado até 2020 por meio de uma Medida Provisória. Para usufruir dos benefícios, a montadora precisou adquirir a fábrica de chicotes elétricos da TCA, em Jaboatão dos Guararapes, que estava enquadrada no programa. No mercado, a informação é que a Fiat está tentando garantir a abrangência máxima dos incentivos não apenas para veículos leves, mas também para caminhões e até máquinas pesadas para construção civil e agricultura, que também fazem parte do portfólio do grupo italiano Fiat.
HYUNDAI
Na próxima segunda-feira, representantes da Hyundai voltam a manter conversação com os ministérios da Fazenda e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para instalar uma montadora em Pernambuco, que seria a segunda após o anúncio da Fiat. Apesar das tentativas, as chances da empresa sul-coreana são pequenas. A montadora quer usufruir dos benefícios da prorrogação do Regime Automotivo para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e fazer o investimento em Pernambuco. Mas a atual legislação permite apenas que usem as vantagens fiscais no Centro-Oeste, onde a montadora está instalada, em Goiás.
Outra alternativa para garantir os incentivos seria adquirir uma empresa local que esteja enquadrada no regime, a exemplo do que fez a Fiat, comprando a TCA. No caso da Hyundai restaria adquirir a Baterias Moura, em Belo Jardim. Mas comprar a empresa demandaria investimento altíssimo, porque além do patrimônio da companhia ser alto, a diretoria acabou de anunciar uma ampliação da fábrica pernambucana, com investimento de R$ 500 milhões.
É verdade que a Hyundai pode aproveitar a prorrogação dos benefícios do Regime Automotivo para ampliar a fábrica de Goiás, mas o desejo da empresa é aproveitar a logística privilegiada do Porto de Suape e marcar presença industrial no Nordeste, mercado consumidor que mais cresce no País.
Adriana Guarda - JC Online
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