quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
JESUS, O CRISTO ECUMÊNICO, E SUA VOLTA TRIUNFAL - I
Natal e Ano-Novo, duas comemorações irmãs. No Ano-Novo ressurge um novo tempo, e no Natal revive Jesus; renasce pois a Esperança do mundo. O saudoso Fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979), na revista “Boa Vontade” no 18 (dezembro de 1957), fala-nos um pouco sobre a nossa concepção do Natal do Cristo de Deus:
“— Desde a criação da Campanha da Boa Vontade, a 4 de março de 1949, nosso prefixo musical é a Canção do Natal de Jesus. Muitos estranharam que a melodia natalina precedesse a nossa mensagem radiofônica em todos os dias do ano.
Hoje, entretanto, já entendem isso: a Legião da Boa Vontade é o Natal Permanente de Jesus, por um Brasil melhor, por uma Humanidade mais feliz. O Cristo nasce, todo dia, no coração daqueles que sabem sofrer e amar, aqueles que formarão um só rebanho para um só Pastor”.
Em “O Brasil e o Apocalipse”, volume III, saliento que o fato mais destacado de toda a História da Humanidade, visível ou invisível, é a Volta de Jesus Ecumênico, portanto sem grilhões. Basta ver que Ele mesmo, além de anunciar Seu retorno triunfante a este mundo várias vezes no Evangelho e no Apocalipse, dedica um sermão inteiro ao Fim das Épocas (Mateus, 24 e 25), que é também o início de uma Era novíssima, singularizada na Jerusalém Celestial, constante do Livro das Profecias Finais (capítulo 21, versículos 2 e 10). Qual o coroamento do Seu discurso? Justamente a Parusia, isto é, a Sua Volta Gloriosa.
JESUS ESCOLHEU A HUMANIDADE
O Espírito magnífico que criou este orbe — depois de aguardar, pacientemente trabalhando pela evolução espiritual daqueles que o Pai Celeste Lhe entregou para o progresso infinito — retorna para recolher o fruto de Sua generosa semeadura.
Aliás, dentro do supremo conceito do livre-arbítrio, a escolha do Cristo foi pela Humanidade e sua redenção, encarnando, Ele mesmo, o real sentido da Democracia Divina, conforme podemos ler nesta reflexão do pastor presbiteriano e professor Jerônimo Gueiros (1870-1953), que fui buscar no histórico “Jornal da Boa Vontade” no 4 (1969), do qual honrosamente fui redator responsável:
“— A liberdade de consciência não pode morrer! Apanágio das excelências morais do homem, fundamento psíquico da responsabilidade, auréola semidivina com que Deus acendeu na fronte da Sua criatura o brilho imarcescível da Sua majestade na Terra — a liberdade foi pelo próprio Deus tão acatada e considerada que, na suprema soberania de seu governo moral, não a quis violar, nem mesmo no interesse eterno dessa criatura privilegiada que Ele fez à Sua imagem e semelhança (...)”.
Jesus, porém, derrotou o espírito do mal, que é a máxima figuração do erro (Mateus, 4:1 a 11), que O tentara no deserto, mirando Sua excelsa tarefa na remissão das faltas humanas, elevando todos ao Pai Celestial.
O PRESSENTIMENTO DE TODOS
A questão é que todos pressagiam algo profundamente marcante para as suas existências, nesta ou na Vida eterna, nesta ou em outra dimensão. As culturas humanas, das mais diferentes formas, desde há muito pressentem um acontecimento supino que marcará a história deste planeta.
Para muitos, trata-se do glorioso retorno do Divino Chefe da Humanidade. Como já vimos, os cristãos esperam o Cristo; os irmãos judeus, por sua vez, continuam anunciando, para breve, a tão esperada vinda do Messias; os budistas, o Senhor Maytreia; o Islã, o Madi, e assim por diante. É algo altamente místico e entranhado na alma humana.
Em todos os corações, de uma forma ou de outra, sintonizados nas mensagens dos Céus, ouvem-se os acordes de indizível e profética melodia que alegrará seus ouvidos e iluminará suas existências. É o prêmio à fidelidade Àquele que é “o Caminho, a Verdade e a Vida” e aparece em várias culturas com diversos nomes.
AINDA ANATOLE
O jornalista e escritor Luciano dos Anjos registrou em um e-mail, a mim encaminhado, o seguinte comentário a respeito do meu artigo “Caro Anatole”, publicado recentemente: “Em meu livro ‘Eu Sou Camille Desmoulins’, cuja quarta edição está em fase de revisão final, agora com muitas fotos e novas informações importantes, falo de minhas preferências literárias.
Ali estão referidos alguns autores célebres, franceses a maioria, que li no original. Cito, então (com foto), o excelente Anatole France, agora enfocado por você com muita propriedade. Afinal, não posso ignorar ‘Os Deuses Têm Sede’, na ambientação da Revolução Francesa... Mas a história de Thaïs, penso que sobrepuja qualquer outra emoção, conquanto a frustração final.
E a ópera de Massenet deu-lhe colorido transcendente. Tenho-a em DVD. Ótimo, portanto, seu artigo, que li com prazer. Abraço cordial”. Grato, respeitável e veterano colega, pelo prestígio às minhas modestas ilações. A disposição de Athanaël na conversão de Thaïs realça o sentido de que o primeiro passo para se fazer o Bem é acreditar em um ideal superior.
José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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