O Ministério da Educação pode aplicar novas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para candidatos que foram prejudicados por um erro de montagem no caderno de cor amarela identificado no sábado, primeiro dia de realização do exame. A possibilidade foi levantada ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), após reconhecer que cerca de 20 mil cadernos distribuídos em todo o país, o que corresponde a 1% do total de provas, não tinham as 90 questões do exame. Nas provas aplicadas ontem, que versaram sobre matemática, linguagens e redação, não foram registradas irregularidades.
Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press Segundo o MEC, as novas provas podem ser realizadas nos dias 6 e 7 de dezembro, quando o exame é aplicado nos presídios. Por enquanto, o ministério já decidiu que vai ouvir as reclamações dos alunos oficialmente a partir da quarta-feira, através de uma página na internet. Quem achar que foi prejudicado pode pedir uma correção especial da prova. A estudante Rhayane Rodrigues, de 18 anos, deve solicitar a revisão. No sábado, quando pegou a prova, viu que faltavam seis questões e muitas estavam repetidas. ´Pedi outro caderno ao fiscal, mas fui informada que não havia mais provas disponíveis. Fiquei prejudicada nessa história`, reclamou.
Também houve falha no gabarito. O cabeçalho das provas do sábado estava trocado, confundindo os candidatos. O Inep garante que quem não recebeu orientação do fiscal de sala sobre como proceder na marcação das respostas não será penalizado. ´Ninguém vai ser prejudicado. Se não recebeu a orientação, terá o espaço para fazer o requerimento. Se preencheu (o gabarito) ao contrário, a correção será feita de forma invertida`, afirmou o presidente do Inep, Joaquim Soares Neto, que classificou o exame como um ´sucesso`.
Outro ponto questionado pelos estudantes foi a proibição de lápis grafite, borracha e relógio na hora da prova. A aspirante ao curso de enfermagem Ana Aline Santos, 16, terminou a prova ontem antes do tempo com medo de perder a hora. ´Corri muito e acabei terminando antes da hora. Se estivesse com relógio, teria controlado melhor o tempo para fazer as questões. Minha redação mesmo não saiu tão boa, porque exigia um pouco mais de atenção e achei que não daria tempo pra fazer`, lamentou. O estudante Raphael Luck, 19, que vai tentar o vestibular para turismo, sentiu falta do lápis e da borracha para fazer os cálculos da prova de matemática. ´Quando eu fazia um cálculo e cometia algum erro, a prova ficava toda rabiscada, porque não podia apagar. Comecei a perder espaço no papel e não tinha muito rascunho disponível`.
Para educadores do Recife, o Enem ainda precisa se aperfeiçoar muito. As falhas ocorridas só expõem a fragilidade do teste. ´Não vejo como o aluno que pegou esse caderno de provas com questões faltando não ser prejudicado`, disse o supervisor pedagógico do Colégio Atual, João Eduardo Barbosa.
Fonte - Pernambuco.com
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