domingo, 30 de maio de 2010
LUTO COMO UM GIGANTE - DIZ JARBAS VASCONCELOS
O senador Jarbas Vasconcelos mostrou ontem a que veio. E com quem veio. Disse estar pronto para disputar o Governo do Estado, contra o governador Eduardo Campos (PSB). “Venci grandes adversidades. Não me surpreende estar diante de mais um quadro adverso.
Na adversidade, luto como um gigante. Vamos tornar essa luta já já igual e vamos vencer a eleição”, disparou. Diante de uma plateia estimada pelos organizadores do lançamento da sua pré-candidatura em cinco mil pessoas, ele reconheceu que o cenário é adverso e demonstrou que lançará mão de sua amizade com o presidenciável José Serra (PSDB) para fortalecer suas promessas de campanha.
Aos presentes no Chevrolet Hall, o peemedebista disse: “Minha vida pública é marcada por desafios, sempre tive a maior garra, maior determinação quando as lutas que enfrentei eram desiguais. A desigualdade me dá ânimo, vontade. Como me dá agora para governar Pernambuco pela terceira vez”.
O ex-governador afirmou sua preocupação com o desemprego em Pernambuco e sinalizou que, sendo eleito, poderá adotar a questão da interiorização do desenvolvimento, principal mote da campanha vitoriosa do governador Eduardo Campos (PSB) em 2006. Jarbas dirigiu-se a José Serra, que estava no palco, e disse confiante na sua eleição para a Presidência, que pedirá sua ajuda a fim de incrementar o setor da cana-de-açúcar no Estado.
“Já houve época em Pernambuco em que os setores agrícola e industrial empregavam 300 mil pessoas. Hoje são 90 mil. Precisamos ajudar todas as categorias. Do cortador de cana aos fornecedores e voltar a poder empregar 300 mil pessoas na zona rural”. Eu quero o compromisso Serra, de você, que conhece a minha pessoa, para avançar em Suape, nos polos de desenvolvimento, na feira da Sulanca - em Santa Cruz do Capibaribe -, que precisa ser disciplinada.
Você tem que me ajudar no Araripe, o chamado polo gesseiro. Precisamos criar mais incentivos. Este governo paralisou a irrigação em todo o São Francisco. Não tem mais como exportar frutas. Não se fez um palmo de irrigação em toda Petrolina ou nos arredores”, enfatizou Jarbas, aproveitando para criticar as atuais gestões federal e estadual.
Em mais uma demonstração de que deseja o embate de administrações, Jarbas se disse responsável pela vinda do estaleiro Atlântico Sul e da refinaria de petróleo para o Estado. “Trabalhei para instalar o estaleiro nos 100 hectares para que o povo visse alguém que ficou no meu lugar colocar o navio no mar”, e complementou: “Fui eu que levei os donos do estaleiro para fazer um voo e eles quiseram descer em Suape. Quando fecharam o negócio perguntaram se tinha conta. Respondi que a conta era eles gerarem emprego para o povo do meu Estado”, falou Jarbas.
JOSÉ SERRA PROMETE PRESIDIR A SUDENE
De passagem pelo Recife para participar do pré-lançamento da candidatura do senador Jarbas Vasconcelos ao Governo de Pernambuco, o presidenciável José Serra (PSDB) fez sua primeira promessa para os nordestinos: a de recuperar a Sudene, que foi fechada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e, mesmo recriada no Governo Lula, não tem curmprido seu papel. “Eu, presidente da República, vou presidir, ao mesmo tempo, durante seis meses, a Sudene para fazer a reforma necessária. Vou acumular o trabalho”, assegurou o tucano, sob os aplausos da plateia.
Embalado pela aparente boa aceitação de sua proposta, Serra negou que fosse apenas uma promessa de campanha. “Não é um compromisso ou uma promessa, é um anúncio de que vou fazer. Porque a Sudene está encravada. Não anda. Fecha, abre e continua como se estivesse sempre inexistente”, opinou o pré-candidato.
José Serra criticou a promessa do atual Governo, que segundo ele não conseguiu reativar a superintendência. “Recife sedia um organismo fundamental para o desenvolvimento que está em crise há muito tempo, porque tinha corrupção, má gestão. O Governo tinha a promessa que seria reaberta e continua inexistente”, disparou.
O tucano, que amarga a pecha de antinordestino, mostrou que fez a lição de casa e citou os diversos investimentos realizados durante os oito anos do Governo Jarbas/Mendonça. “O metrô do Recife foi ele que começou, foi ele também que fez a BR-232, foi ele quem primeiro me falou em Transnordestina e em Refinaria Abreu e Lima. O Jarbas investiu muito”, ressaltou. Em seguida aproveitou para ressaltar que o senador tem o hábito de lidar com situaçõesa adversas. “Jarbas sempre foi um político com a coragem de enfrentar a unanimidade, e a eleição de 1985 (para prefeito) foi isso”, atestou.
O discurso com ênfase ao Nordeste faz parte da estratégia da campanha tucana de aumentar os votos em uma região onde a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva beira os 90%. Além disso, Pernambuco, terra natal de Lula, é onde Serra apresenta o pior desempenho nas intenções de voto. Nas últimas pesquisas realizadas em Pernambuco, Serra aparece com 24% e Dilma Rousseff (PT) com 53%. Os números são do Vox Populi.
BRUNA SERRA Especial para a Folha
Na entrada do Chevrolet Hall uma orquestra de frevo anunciava que o dia era de festa. Cartazes e faixas exibiam o nome e a parceria entre os protagonistas da tarde: o senador e pré-candidato ao Governo do Estado, Jarbas Vasconcelos (PMDB), e o presidenciável José Serra
(PSDB). “Com Jarbas e Serra Pernambuco Pode Mais”. O interior da casa de shows foi todo decorado com vermelho, verde, azul e amarelo. No telão, cenas no senador inaugurando obras juntamente com os ex-secretários de diversas pastas.
Soava o Hino de Pernambuco quando Jarbas e Serra entraram no salão principal, sob aplausos. A militância, que inicialmente estava tímida, soltou-se. Em um curto discurso voltado para a classe média, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, não empolgou. Seguiram-se os senadores Marco Maciel (DEM) e Sérgio Guerra (DEM), que também não conseguiram contagiar. Mas José Serra parecia obstinado em conseguir o feito. Entre uma história e uma promessa, arrancou aplausos do público.
Foi quando Jarbas prometeu um embate equilibrado que o salão levantou. Os militantes estavam com camisas brancas com o nome da cidade de onde vinham e a frase “Jarbas Já”. O local abrigou a maioria dos militantes sentados, e, ao fundo do palco, banners com uma frase de José Serra: “Tudo em Pernambuco tem a marca de Jarbas”.
BRUNA SERRA Especial para a Folha
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