Vinte e duas armas das 62 roubadas há dois meses do 8º Batalhão da Polícia Militar de Salgueiro, Sertão Central, foram encontradas por volta das 19h de quarta-feira no distrito de Urimamã, em Santa Maria da Boa Vista, no Sertão do São Francisco. Segundo o comandante do 7º Batalhão de Ouricuri, tenente-coronel Vanildo Maranhão, o material estava em três sacos plásticos, embaixo da Ponte São Bento, num riacho seco. Foram recuperados dez fuzis, doze pistolas, 50 munições e 38 carregadores de metralhadora, fuzil e de pistola, além de nove chapas de soleira de fuzil 762. Imagens do arsenal foram divulgadas à imprensa ontem, no Recife.
“O material estava bem acondicionado, inclusive com óleo fino usado por armeiros”, explicou Maranhão. Pela aparência das armas e do embrulho, ele acredita que tenham sido deixados no local recentemente. Dez policiais comandados por uma capitã do 7º Batalhão de Ouricuri fizeram a apreensão. A equipe chegou ao riacho a partir de informações obtidas nas investigações que estão sendo feitas na região. A ponte fica a 150 quilômetros do Batalhão de Ouricuri. As armas e munições foram levadas para a Reserva de Material Bélico da unidade e estão sob segurança reforçada. Conforme o secretário estadual de Defesa Social, Servilho Paiva, deverão passar por perícia, o que indicará se foram ou não usadas depois do roubo. O exame vai ser realizado no Recife, em dia não divulgado pela polícia.
“Todas as armas roubadas do Batalhão de Salgueiro estão com o registro negativo. A polícia em qualquer parte do Brasil poderá identificá-las. A tendência é que o restante seja recuperado”, avaliou. Mesmo assim, ele admite que o lote deixado em Santa Maria da Boa Vista pode fazer parte de uma estratégia do bando não só para guardar o material, mas para despistar a polícia. Por outro lado, a localização de parte do material confirma a hipótese de que o pagamento pelas armas não foi depositado porque elas não chegaram ao destino.
Na próxima terça-feira, o coronel Aldo Batista deve entregar ao comando da PM as conclusões do inquérito policial militar que apura a responsabilidade do capitão Marcos Vinícius, do Batalhão de Salgueiro, acusado pela Polícia Civil de liderar o roubo das 62 armas e forjar sequestro, passando-se por vítima. O oficial e seu irmão, Carlos Henrique Santos, que teria colaborado com o crime, estão presos no Grande Recife. O caso pode seguir à Auditoria Militar ou Justiça Comum. Paralelamente, se comprovada a culpa, o policial será levado ao Conselho de Justificação da PM, que pode decidir pela sua exoneração da corporação.
Fonte-JC
Fotos - Nilson Macedo
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