segunda-feira, 9 de novembro de 2009

SÃO PAULO - ESTUDANTE XINGADA EM UNIVERSIDADE É EXPULSA


SÃO PAULO – A Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban) decidiu expulsar a estudante de turismo Geisy Arruda, 20 anos, que foi perseguida, encurralada e xingada por um grande grupo de alunos nos corredores da instituição, em 22 de outubro, no câmpus de São Bernardo, porque usava um vestido curto. Ela saiu do local escoltada pela polícia. O Ministério da Educação (MEC) anunciou que pedirá esclarecimentos à Uniban.

O tumulto ganhou repercussão, gerando debates sobre intolerância na sociedade, após vídeos terem sido colocados do Youtube. A decisão da universidade foi divulgada ontem num comunicado publicado em jornais de grande circulação de São Paulo.

No texto, a Uniban informa que Geisy desrespeitou os princípios éticos, a dignidade acadêmica e a moralidade e, por isso, foi expulsa. Entre seis e oito alunos (a Uniban não soube precisar) foram suspensos por participarem do tumulto.

A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, afirmou que irá interpelar a universidade – segundo ela, a atitude demonstra absoluta intolerância e discriminação. “É um absurdo. A estudante passou de vítima a ré”, disse Nilcéa.

O MEC notificará a universidade esta semana. “O ministério tem o dever de pedir explicações. Seria a mesma coisa num caso de racismo”, afirmou Maria Paula Dallari Bucci, secretária de Educação Superior. O MEC pode fazer recomendações e, em último caso, suspender a prerrogativa de autonomia da instituição ou até descredenciá-la.

Para o assistente jurídico da Uniban, Décio Machado, o MEC não pode interferir nas questões administrativas da instituição: “Foi uma decisão interna, cumprimos o nosso regimento”. Ele diz que a universidade deu à estudante direito de defesa, mas que ela não quis indicar pessoas para defendê-la.

“Nunca tinha acontecido isso com outras meninas que usam vestidos e saias curtas. Ocorreu com ela por causa de sua atitude em querer aparecer, desfilar na rampa, tirar fotos e passar pelas salas”, justifica. Nehemias Melo, advogado de Geisy, disse que pedirá a abertura de um inquérito policial para apurar o fato.

Fonte - JC

MINISTRA VAI PEDIR EXPLICAÇÕES SOBRE EXPULSÃO DE ALUNA HOSTILIZADA


A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), informou neste domingo (8) que vai cobrar da Universidade Bandeirante (Uniban) explicações sobre a decisão de expulsar uma aluna que usava um vestido curto e sobre o andamento das medidas contra estudantes que a "atacaram verbalmente".

Nilcéa condenou a decisão de expulsar a universitária e disse que a atitude da escola demonstra "absoluta intolerância e discriminação". "Isso é um absurdo. A estudante passou de vítima a ré. Se a universidade acha que deve estabelecer padrões de vestimenta adequados, deve avisar a seus alunos claramente quais são esses padrões", disse a ministra à Agência Brasil, ao chegar para participar do seminário A Mulher e a Mídia.

Segundo a ministra, a ouvidoria da SPM já havia solicitado à Uniban explicações sobre o caso, inclusive perguntando quais medidas teriam sido tomadas contra os estudantes que hostilizaram a moça. Na segunda-feira (9), a SPM deve publicar nova nota condenando a medida e provocando outros órgãos de governo como o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério da Educação (MEC) a se posicionarem.

As cerca de 300 participantes do seminário A Mulher e a Mídia decidiram divulgar, ainda neste domingo (8), moção de repúdio à Uniban pela expulsão da estudante Geyse Arruda, que foi hostilizada no dia 22 de outubro por cerca de 700 colegas, por usar um vestido curto durante as aulas. Aluna do primeiro ano do curso de turismo, Geyse foi expulsa da instituição, em São Bernardo do Campo (SP). A decisão foi divulgada em nota paga publicada neste domingo em jornais paulistas.

(Agência Brasil)

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